O novo aumento do preço do diesel pode aumentar risco de uma greve de caminhoneiros. Seja como for, a alta de 4,4% aplicada pela Petrobrás passa a valer nesta quarta-feira (27) nas refinarias. Contudo, em breve o reajuste deve chegar às bombas dos postos de todo o País.
Nesse ínterim, a divulgação de um estudo mostra que o preço médio do diesel subiu 2,29%. O levantamento foi feito em postos de todo o País nas primeiras semanas de 2021. Segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), a alta é em relação aos valores de dezembro.
Recentemente, representantes dos caminhoneiros ameaçam uma nova paralisação para o dia 1º de fevereiro. Nesse sentido, o movimento ganhou apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTLL).
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Governo busca soluções para a categoria
De acordo com representantes da entidade, a orientação é para que os caminhoneiros cadastrados participem da paralisação. A CNTLL não está sozinha.
Presidente da Associação dos Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA), Wallace Landin diz que a adesão está aumentando. Segundo ele, ficou difícil para os caminhoneiros arcar com os altos custos. “Precisamos cobrar o governo para reduzir os impostos sobre o combustível.”
O governo vem tentando acalmar os ânimos para evitar uma greve de caminhoneiros. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que estuda a redução da cobrança do PIS/Cofins sobre o diesel.
Extinção da taxa de importação de pneus já está valendo
Seja como for, não é a primeira sinalização feita pelo governo aos caminhoneiros. No dia 20, entrou em vigor a nova a tabela de frete, cujos valores foram reajustados, em média, 2,34%.
No dia 21, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, zerou o Imposto de Importação de pneus para veículos de carga. Na sexta feira, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) revelará os impactos da medida.
Além disso, para evitar o risco de uma greve de caminhoneiros, o governo incluiu a categoria no grupo prioritário da vacinação contra a covid-19. Porém, não revelou quando a vacina estará disponível.
Mudança na pesagem e no documento de frete
No mesmo sentido, no dia 22 Ministério da Infraestrutura informou que vai afrouxar as normas de pesagem de caminhões nas estradas. Isso segundo o ministro Tarcísio de Freitas. Ele falou durante a live semanal feita pelo presidente Bolsonaro.
Além disso, Freitas disse que vai trabalhar para simplificar o setor de transporte no País. "Em breve, vamos apresentar o documento eletrônico de transporte.
Segundo ele, o objetivo é condensar tudo em um único documento eletrônico. "Dessa forma, vamos eliminar os intermediários no processo."
Caminhoneiros têm pauta com 10 reivindicações
No início do ano, Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) informou que uma greve de caminheiros estava sendo organizada. O motivo seria “o descaso do governo em relação às reinvindicações dos caminhoneiros autônomos”.
A CNTRC informa que representa 26 entidades e 36 mil caminhoneiros. O setor tem uma pauta com dez reivindicações. Entre as principais está a redução do preço do diesel.
Além disso, o setor defende a constitucionalidade da Lei 11.703 de 2018. Ou seja, a validade da regra que instituiu a política nacional de valores mínimos de pagamento do frete.
Preço do diesel subiu 2,29% nas bombas
Segundo a Ticket Log, os preços do diesel comum e S10 subiram em todas as regiões do País. Na região Norte são praticados os valores mais altos.
Ou seja, lá o preço do litro do diesel comum é de, em média, R$ 4,157. Em outras palavras, esse valor é 2,87% mais alto que a média registrada em dezembro.
Ao passo que no caso e o diesel S-10, o preço médio no Nordeste é de R$ 4,204. Ou seja, houve alta de 2,14% ante os valores cobrados em dezembro.
O diesel mais barato é encontrados na região Sul do Brasil. De acordo com o levantamento, o comum sai por, em média, R$ 3,599 e o S10, por R$ 3,655.
Atualizada em 28/1 às 12h15