Nos fim dos anos 1950, teve início a exploração de petróleo no sul da Argélia, que ainda era colônia da França. Para fazer as operações de transporte na região, em pleno deserto do Saara, era preciso um caminhão para lá de parrudo. Assim, a fabricante francesa Barliet criou o Berliet T100. Segundo a empresa, o caminhão gigante pesava 50 toneladas, tinha 13,3 metros de comprimento, 5 m de largura e 4,4 m de altura. Para mover tamanha massa, havia um motor Cummins V12 de quase 30 litros.
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Caminhão gigante feito para rodar nas dunas
O Deserto do Saara apresentava um desafio único. Ou seja, sua geografia instável tornava a construção de infraestrutura de transporte uma tarefa árdua. Seja como for, os veículos da época eram inadequados para atuar do deserto. Além disso, os caminhões comuns não conseguiam transportar os equipamentos necessários para perfurar poços de petróleo. Assim, a solução foi criada pela Berliet.
Em 1958, a fabricante francesa lançou o T100, o maior caminhão do mundo na época. De acordo com dados da empresa, sua carga útil era equivalente ao próprio peso. Ou seja, de 50 toneladas. Os pneus, por exemplo, eram feitos sob encomenda pela Michelin,e tinham 2,2 m de diâmetro. Dessa forma, permitiam ao T100 trafegar por dunas e encostas arenosas.
Seja como for, para mover tamanha massa era preciso uma força fora do comum. Assim, a escolha foi pelo Cummins V12 de 29,6 litros, que pesava quase 2,5 toneladas. Além dos 700 cv de potência, a partir das 2.100 rpm, gerava 266 mkgf às 1.500 rpm. De acordo com dados da época, o turbodiesel queimava 1 litro de combustível para rodar 2,4 km no asfalto e 400 metros na areia.
Potência descomunal e solução americana
Conforme a Berliet, o caminhão gigante alcançava velocidade de até 45 km/h. Além disso, podia vencer rampas com inclinação de até 25%.
Legado e sobrevivência
Quatro T100 foram construídos, cada um com destinos distintos, sendo dois para a indústria petrolífera argelina. Um deles foi trabalhar em uma mina de urânio francesa e outro, atravessou o Atlântico rumo aos Estados Unidos.
Com a independência da Argélia em 1962, o T100 foi deixado para trás. E serviu, portanto, brevemente como caminhão de suprimentos durante um incêndio em uma plataforma de petróleo. Por fim, foi resgatado em 1981. Agora, repousa no Museu da Fundação Berliet como um dos símbolos de uma época repleta de desafios e inovações épicas.