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Venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás cresce 386% no Brasil

Embora em números absolutos a venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás seja baixa, esses modelos podem custar mais que o dobro de equivalentes a diesel

Aline Feltrin

12 de out, 2022 · 6 minutos de leitura.

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Venda de caminhões elétricos e a gás
Crédito:VWCO/Divulgação

A venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás cresceu 386% no Brasil de janeiro a setembro. Assim, no acumulado dos nove primeiros meses do ano foram emplacados 534 modelos a eletricidade e 279 a gás. Em igual período de 2021 foram, respectivamente, 121 e 47. Os números absolutos são baixos. Porém, é preciso lembrar que os preços desses caminhões são bem mais altos que os de equivalentes a diesel.

Por exemplo, um elétrico VW e-Delivery é mais caro do que um Volvo FH 540. Porém, o modelo da VW tem peso bruto total (PBT) de 11 toneladas e autonomia de pouco mais de 100 km. Já o Volvo na versão com tração 6x4 tem capacidade para até 74 t de peso bruto total combinado (PBTC). Ou seja, pode tracionar bitrem e rodotrem. Além disso, sua autonomia passa dos 600 km.

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Seja como for, as vendas do segmento oscilam bastante. Em setembro, foram vendidos 39 veículos pesados com motores alternativos ao diesel. Desses 30 são elétricos e 9, a gás. Portanto, houve queda de 55,17% em relação às vendas de agosto. Naquele mês, foram emplacados 16 elétricos e 71 a gás. Os dados são da Anfavea, associação que reúne as montadoras de veículos instaladas no Brasil.

Segundo o vice-presidente da associação, Gustavo Bonini, a tendência é de avanço na venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás. Ele afirma que as empresas estão cada vez mais buscando veículos com baixo nível de emissão de carbono. “É uma demanda da sociedade. E isso inclui o transporte de carga e passageiros”, diz

Coca-Cola inicia operação de elétricos

O fato é que as grandes companhias, sobretudo multinacionais, têm metas de redução de emissões. Assim, precisam atuar em toda a cadeia de produção e distribuição. Para isso, elas dão preferência às transportadoras que ofereçam frotas novas. Porém, há embarcadores que mesmo assim não conseguem
atingir os resultados previstos nos planos de ESG.


Nesse caso, a solução é priorizar os veículos elétricos e a gás. Embora esses modelos sejam entre 30% e 100% mais caros que os equivalentes com motor a diesel, o investimento compensa. Afinal, há linhas de crédito com taxas mais baixas para companhias que reduzem as emissões de carbono. E, dependendo do tipo de produto, há mercados, sobretudo na Europa, que priorizam essas companhias.

Portanto, trata-se de uma questão financeira. A Coca-Cola, por exemplo, acaba de iniciar a operação de uma frota de caminhões elétricos na região metropolitana de São Paulo. São 31 veículos para atender os centros de distribuição de Osasco e Jurubatuba, bem como do Ipiranga. Além de não emitir poluentes enquanto roda, o caminhão elétrico produz menos ruído e tem baixo custo de manutenção.

e-Delivery no México

Outro movimento que comprova o avanço dos veículos de transporte mais limpos envolve a Volkswagen Caminhões e Ônibus. A fábrica da empresa em Resende (RJ) produz o primeiro veículo 100% elétrico desenvolvido e feito na América do Sul. Trata-se do caminhão e-Delivery. Lançado há pouco tempo no Brasil, o modelo começa agora a chegar a outros mercados.


Segundo informações da empresa, cinco unidades do e-Delivery acabam de desembarcar no México. Os caminhões vão ser usados nas operações de distribuição de bebidas do Grupo Modelo. Ou seja uma das companhias da Anheuser-Busch InBev. Assim, as vendas totais do caminhão elétrico lançado no Brasil em meados de 2021 ultrapassam 350 unidades.

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