Aline Feltrin

06/10/2023 - 5 minutos de leitura.

Produção de caminhões cai 14,6% em setembro e preocupa montadoras

Por causa da redução no volume de produção de caminhões nos últimos meses, a Anfavea revisou para baixo a projeção do volume anual

A Anfavea revisou a projeção anual de produção de caminhões e ônibus para baixo. Agora, a expectativa é que seja de 127 mil unidades até dezembro Crédito: Divulgação/Volvo

A produção de caminhões somou 8,2 mil unidades em setembro. Com o resultado, houve uma redução de 14,6% na comparação com agosto, quando a indústria fabricou 9,6 mil veículos. Seja como for, na comparação com o mesmo mês de 2022, o ritmo da produção também ficou abaixo do esperado. Assim, uma retração de 45% sobre as 15 mil unidades feitas no ano passado.

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O desempenho do acumulado de janeiro a setembro também fechou no vermelho. As montadoras fabricaram 71,8 mil caminhões no período, uma queda, portanto, de 38,5% sobre as 116,7 mil unidades feitas nos mesmos nove meses de 2022. Os números são da Anfavea, associação que representa as fabricantes de caminhões no País.

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Seja como for, a queda mais acentuada na comparação com setembro do ano passado está relacionada à entrada da norma ambiental Proconve P8, que exigiu a entrada de motores menos poluentes. Dessa forma, com tecnologia mais avançada, houve aumento do preço dos caminhões em até 30%. Com isso, para a Anfavea, a retração evidencia a dificuldade da inserção desses caminhões no mercado brasileiro, sobretudo entre caminhoneiros autônomos.

Divulgação/Scania

Revisão das projeções

Por causa do cenário negativo, a Anfavea revisou para baixo a projeção anual de produção de caminhões e ônibus. Agora, a expectativa é que seja de 127 mil unidades até dezembro, com queda de 34,2% sobre a produção de 194 mil caminhões em 2022. Em janeiro, a entidade previu um volume de 154 mil, ou seja, uma retração menor de 20,4%.


MP dos descontos poderia ter ajudado mais

O presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, lamentou o fim da Medida Provisória 1175 nesta semana. Conforme Leite, o valor de R$ 700 milhões que deixou de ser utilizado poderia ter incrementado a indústria. "O segmento está em um momento delicado e creio que a MP poderia ter dado mais fôlego", comenta. O programa para caminhões consistiu em uma injeção de R$ 700 milhões em créditos federais para desconto em modelos novos. Para os ônibus, o montante foi de R$ 300 milhões. Ou seja, um total de R$ 1 bilhão para estimular as vendas.

Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), desde a publicação MP, no dia 5 de junho, o governo liberou apenas R$ 130 milhões em créditos para caminhões. Por outro lado, para os ônibus, o valor foi de R$ 190 milhões. Para contextualizar, esses valores são apenas reservas feitas pelas montadoras. Seja como for, a Anfavea informou que cerca de 400 caminhões foram vendidos com desconto.

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