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Fabricante russa cogita contratar presidiários para montar caminhões

Maior fabricante de caminhões da Rússia, Kamaz tem escassez de operários e CEO considera chamar prisioneiros para montar seus caminhões

Diogo de Oliveira

26 de dez, 2021 · 4 minutos de leitura.

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Kamaz caminhões
Sem operários para retomar produção, fabricante russa Kamaz pode recorrer ao sistema prisional do país
Crédito:Kamaz/Divulgação

A Kamaz, maior fabricante de caminhões da Rússia, enfrenta uma escassez de trabalhadores para retomar a produção no país. Ainda sob os efeitos da pandemia da Covid-19, as montadoras russas encaram não apenas a falta de chips, principal problema da indústria em 2021, mas também da mão-de-obra. E a solução disso pode ser inusitada e vir dos presídios de lá.

O CEO da Kamaz, Sergei Cogogin, disse em entrevista a repórteres que a montadora está considerando "aplicar o programa desenvolvido pelo Serviço Penitenciário Federal". Ou seja, a fabricante russa pode recorrer ao sistema prisional do país. E contratar presidiários para, então, retomar a produção de caminhões. Contudo, por ora não há uma decisão sobre o assunto.

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Medida incomum

Embora não saiba se vai ou não contratar presidiários, a Kamaz passa por um momento delicado. Segundo reportagem da Reuters, a fabricante russa enfrenta uma escassez de cerca de 4.000 operários na fábrica de Naberezhnye Chelny, no Tartaristão. Para ocupar as vagas necessárias para retomar a produção, a montadora trouxe imigrantes do Uzbequistão. Entretanto, ainda faltam pessoas.

Ainda segundo a reportagem da agência, as restrições causadas pela pandemia são a principal causa da escassez de trabalhadores. O isolamento social obrigatório, para conter o avanço da Covid-19, esvaziou as fábricas e fez imigrantes deixarem o país. Por isso, o Sistema Penitenciário Federal propôs que a montadora recorra aos presidiários. Trata-se de algo incomum na indústria de veículos.

Ainda não está claro se a Kamaz levará adiante essa ideia. Mas usar presidiários para produzir caminhões é algo que talvez não agrade a todos os acionistas da empresa. Entre eles está a alemã Daimler, dona da Mercedes-Benz, que detém 15% dos papéis da fabricante russa. A situação, por outro lado, é extrema e a solução para voltar a fazer caminhões pode não ser a melhor ou a ideal.


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