Avaliação

Teste: van elétrica da JAC parece a Sprinter e tem torque de caminhão

Nova van de passageiros JAC iEV750V chega ao Brasil com capacidade para 13 passageiros, autonomia de 235 km por carga e preço de R$ 419,9 mil

Andrea Ramos

12 de nov, 2021 · 7 minutos de leitura.

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JAC
JAC iEV750V primeira van elétrica de grande porte
Crédito:JAC/Divulgação

Em tempos de gasolina a R$ 7 o litro, ou mesmo o óleo diesel nas alturas, ter uma van de passageiros 100% elétrica que recarrega na tomada parece uma opção formidável. Pois é o que a JAC Motors acaba de anunciar no Brasil. A van elétrica JAC iEV 750 Vip é a versão para passageiros do furgão iEV750V. Com peso bruto total (PBT) de 4,6 toneladas, ela pode transportar 13 passageiros mais o motorista. Mas a van importada da China não é barata: o preço sugerido é de R$ 419.900.

De acordo com a marca, uma parceria com a implementadora Alpha6 permite configurar a van de acordo com a necessidade. Assim, a transformação custa, em média, R$ 60 mil. Apesar de a iEV750 Vip ter porte semelhante à Mercedes-Benz Sprinter, trata-se de um veículo desenvolvido pela JAC em parceria com a Hyundai na China.

Ou seja, embora a van chinesa lembre a Sprinter por fora, sua mecânica traz um motor elétrico capaz de entregar 163 cv de potência e um belo torque de 76,5 mkgf. Além disso, as baterias com capacidade de 92 kWh garantem autonomia de até 235 km.


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Comportamento do JAC iEV750 Vip

O comportamento dinâmico do veículo em nada se difere de um modelo com motor térmico. A não ser pelo torque máximo disponível.

Durante o meu trajeto, dentro do condomínio Aldeia da Serra, em Santana do Parnaíba (SP), o carro estava com apenas cinco ocupantes. E a um pisar leve no acelerador a entrega foi instantânea. Vale ressaltar que, assim como o irmão de carga, sua capacidade total chega a 1,5 tonelada.


Do mesmo modo, rodando em velocidades mais baixas no trecho urbano, a agilidade para fazer ultrapassagens transmite uma sensação de ir mais rápido do que de fato está. Isso por causa da agilidade de resposta

Por se tratar de um motor elétrico não se ouve o ruído do motor. E o pouco barulho a bordo era do sistema de ar-condicionado. Natural quando tem a função de ventilar todo o salão de passageiros.


Inteligência embarcada

Ademais, o veículo traz o sistema i-Pedal. Quando o motorista retira o pé do acelerador, o motor elétrico se transforma em gerador. Assim recarrega a bateria, podendo elevar a autonomia em até 20%.

Nesse sentido, vale ressaltar que ao utilizar o i-Pedal corretamente, antecipando as variações de velocidade no trânsito, é possível ter pastilhas de freio com vida útil muito acima do esperado.

Além da tecnologia elétrica, a van traz ainda alguns sistemas inteligentes de condução. Como o modo Eco que, quando ativado, como o nome sugere, trabalha em condução mais econômica. Dessa forma, sua autonomia pode chegar a 280 km entre as recargas. Assim, o sistema aumenta a capacidade de gerar eletricidade em desacelerações e frenagens.


A versão avaliada era filha única. Ou seja, um protótipo. Por essa razão, o acabamento a bordo é bem espartano. Pouco rebuscamento e ainda com algumas informações do computador de bordo em mandarim. Entretanto, os próximos lotes que chegarão ao País trarão um acabamento mais premium, segundo a JAC. E isso inclui tela multimídia, com o sistema de câmera de ré.

O mercado pediu e a Jac atendeu

De acordo com o presidente da JAC Motors, Sergio Habib não estava nos planos da empresa trazer a verão de passageiros ao Brasil neste momento. Porém, clientes começaram a pedir o veículo.

Nesse sentido, Habib explica que dois perfis de consumidores vão adquirir o veículo. Empresas que tenham política de redução de emissões de suas frotas. Assim melhorar seus indicadores de ESG (Enviromental, Social and coorporate governace). Bem como aquelas companhias que querem ter uma imagem mais sustentável.


À exemplo disso, o executivo informou que várias empresas estão interessas. Sobretudo, no Rio de Janeiro. Já mirando o turismo que deve se tornar mais pujante nos próximos meses.

Nesse sentido, agências de turismo, empresas que atuam no transporte executivo, seja de hotel, bem como transfer entre aeroportos e para o transporte de funcionários estão entre os potenciais compradores.


Seja como for, Habib ainda explica que se a van rodar em média 30 mil km por ano, em quatro anos o cliente recupera o investimento.

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