Em nome da redução de emissões e também de olho no futuro do mercado de motores a combustão, a Cummins anunciou a criação de uma plataforma universal de motores. Ou seja, todos serão otimizados para usar diferentes tipos de combustíveis, como diesel, gasolina, etanol ou mesmo o hidrogênio, que atualmente é o mais distante da realidade global.
Assim, a nova plataforma é inédita na indústria automobilística, sobretudo entre os veículos comerciais, principal mercado de atuação da Cummins. Ela prevê o compartilhamento de blocos de motores, bem como os seus principais componentes em uma mesma arquitetura. E esse compartilhamento permitirá o uso de vários combustíveis nessa mesma base, que chegará com níveis reduzidos de emissões.
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"Ter uma variedade de opções de motores de baixo carbono é importante. Afinal, atuamos em muitos mercados. Por isso, não há uma solução única. Ou mesmo que funcione para todos os tipos de aplicações", explica o presidente da Cummins, Srikanth Padmanabhan. Com a nova plataforma, a empresa terá, portanto, condições de atender a todos os segmentos.
Motores Cummins vão compartilhar peças
Tal como explicamos aqui, a nova plataforma universal de motores aceitará diferentes combustíveis e, dessa forma, terá também diferentes configurações. Mas todas serão feitas sobre uma base comum. O que significa que esses motores terão várias peças em comum, porém com especificações e calibração para cada combustível.
Essa tecnologia será aplicada aos motores das séries B, L e X. Ou seja, os destinados aos veículos médios e pesados. Eles estarão disponíveis para diesel, gás natural e hidrogênio. "Esta é uma nova maneira de projetar e desenvolver sistemas de propulsão de combustão interna. Mas de baixa emissão. Porém, que atendam às necessidades específicas da indústria de transporte. E se beneficiem da vantagem de terem uma arquitetura única", diz o VP de engenharia de negócios de motores, Jonathon White.
Redução de custos para montadora e clientes
Nesse sentido, a uniformização das peças trará benefícios para a as montadoras. Assim como para os usuários finais. A Cumins diz que, em ambos os casos, haverá redução de custos.
Dessa forma, os diagnósticos e intervalos de manutenção podem ser otimizados. Do mesmo modo, os custos com treinamento técnico ou mesmo com maquinários nos locais de serviço podem baixar. Dessa forma, o usuário final terá redução do custo total de operação (TCO). Além disso, será mais fácil para os fabricantes integrarem uma variedade de tipos de combustível no mesmo chassi.
Essa solução é estrategicamente importante para a Cummins. Sobretudo para buscar a redução dos gases de efeito estufa. E de maneira mais prática e rápida. Segundo informou os executivos da marca. Nesse sentido, a companhia tem a meta de atingir emissões zero até 2050.
Seja como for, a Cummins produz os motores das séries B (ISB) e L (ISL) no Brasil. Segundo a empresa, a nova solução para esses motores está sendo desenvolvida e testada globalmente. Mas por enquanto não há previsão da entrada da tecnologia na região.