Lançada há pouco mais de um mês, a Ford E-Transit furgão começa a rodar no Brasil e no Chile, como uma nova opção de transporte livre de emissões. A novidade conta com cinco versões. Assim eleva a flexibilidade em relação a opções de carroceria e carga útil.
Dessa forma, a convite da Ford, o Estradão andou no modelo E-Transit L3H3 (veja o vídeo abaixo e demais versões). Ou seja, a versão mais vendida no País até o momento. Foram 300 unidades comercializadas a uma única empresa, cujo nome não foi revelado. Conforme a Ford, as primeiras 100 unidades serão entregues neste mês. E o restante ao longo do ano.
Autonomia de 250 km
Vale lembrar que a E-Transit é produzida na Turquia, pela Ford Otosan e também nos Estados Unidos. Porém, as unidades importadas para o Brasil vêm da Turquia pelas características serem parecidas às do País. A gama diesel é montada no Uruguai. Pelo mundo, a Ford já vendeu mais de 30 mil unidades
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O furgão E-Transit L3H3, foco desta reportagem, tem teto alto, chassi mais alongado de 5.980 mm de comprimento, e capacidade de carga útil de 781 kg e 15m³ de capacidade volumétrica. Ou seja, um furgão dedicado ao transporte de cargas volumosas. O que leva a crer que o cliente deve operar no e-commerce.
Seja como for, o E-Transit furgão, independentemente da versão, tem PBT de 3,5 t e custa R$ 542 mil. Sua autonomia é de 250 km conforme o Inmetro. Mas conforme dados da WLTP pode chegar a 317 km de autonomia. Mas isso no melhor das condições de uso. Ou seja, em condições de temperaturas mais frias, em pisos mais planos. E claro, com um motorista bem treinado.
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Trem de força elétrico
Dessa forma, o motor elétrico da E-Transit conta com potência de 269 cv e torque instantâneo de 43,8 mkgf. Além disso, o traz tração traseira de série. O que faz a diferença, sobretudo para quem transporta peso.
Na prática o motor elétrico fica localizado na parte central do chassi. Esse motor que traciona a caixa E-Shifter com relação de transmissão 9,05:1.
A E-Shifter que comanda a marcha à frente e à ré. Além de contar com três modos de condução: normal, econômico e escorregadio. Além disso, na manopla onde o condutor pode escolher o modo de condução, há a tecla L que ao ser acionada coloca o veículo em modo regeneração.
Em outras palavras, quando o condutor tira o pé do pedal do acelerador, a velocidade do veículo reduz e automaticamente sua energia é recuperada. Do mesmo modo, ocorre a recuperação de energia quando o condutor coloca o pé no pedal de freio.
O conjunto que soma 10 baterias fica localizado na parte inferior do assoalho. Assim não compromete o compartimento de carga. O conjunto pesa 450 kg. E a Ford oferece garantia de 8 anos ou 160 mil km.
Como todos os veículos utilitários elétricos, a E-Transit pode ser carregada tanto com corrente alternada (CA) como com corrente contínua (CC). Assim, em corrente contínua de 115 kWh, o furgão pode ser carregado 80% em até 34 minutos. Já com corrente alternada de 11kWh, o carregamento ocorre em 8 horas. Para garantir a segurança, no local onde o é colocado o plugue, há uma trava de segurança.
Lista de equipamentos
A Ford E-Transit conta com amortecedores a gás e suspensão tipo McPherson, com molas helicoidais independentes e barra estabilizadora. Na prática, ao passar por pisos irregulares o veículo absorve bem os impactos. O que garante uma viagem mais confortável para o motorista e ajudantes. Assim como ajuda a preservar as mercadorias.
Na lista de equipamentos de série está o sensor de monitoramento dos pneus. Assim como alerta de assistente de frenagem autônoma à frente e à ré e assistente de permanência em faixa.
Uma novidade bem pertinente é a câmera 360 graus. Por meio da multimídia de 12”, o motorista consegue monitorar todo o tráfego em volta do veículo quando achar necessário, assim como monitorar ponto-cego, tanto visualmente como por sinais sonoros. Há ainda controle eletrônico de estabilidade e de partida em rampa.
Algo que chamou a nossa atenção é a parede de proteção no compartimento de carga que é entregue de fábrica. Produzido de um plástico, é leve, o que não penaliza a capacidade de carga. Porém, por ser resistente evita impactos na lateria interna do veículo.
Multimídia
A Sync 4, central multimídia do furgão, permite conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. Seja como for, em comparação com os competidores elétricos, a Ford E-Transit é a que oferece a lista mais completa de tecnologias. Incluindo as de segurança.
Graças à conectividade, o operador pode programar recargas em períodos que consomem menos energia. Do mesmo modo, pode climatizar o veículo antes de seguir viagem.
Nas ruas de São Paulo
Andamos com o veículo cerca de 30 km pelas ruas de São Paulo, vazio e carregado. E pelo horário, enfrentamos um tráfego intenso. O que nos permitiu ficar cerca de 2h30 rodando com o veículo. Porém, ainda bem distante do que é a realidade. Em média, quem opera nesses veículos fica em média 8 horas encarando o trânsito.
Mas a Transit entrega conforto. Os bancos são macios e com o encosto firme. E ao se somar a posição de condução mais elevada privilegia a boa postura do condutor. Como a manopla da E-Shifter fica no painel, o ajudante fica mais acomodado e com espaço para as pernas.
O ar condicionado digital também oferece boa circulação do ar. E a lista de porta-objetos atende as necessidades do dia a dia da operação. Do mesmo modo, o conforto se completa pelo silêncio a bordo. A boa vedação da cabine também colabora.
Dirigibilidade é um atributo
Em termos de dirigibilidade, o conforto está garantindo pela direção elétrica. A força das arrancadas é outro ponto positivo. Sendo entregue com o veículo vazio ou carregado. Pouco se nota a diferença de comportamento do veículo cheio ou vazio, isso graças à força do motor.
Vale a pena acionar a tecla L de regeneração. Sobretudo quem anda nas capitais, onde o tráfego prevalece. Em outras palavras, para quem não vai passar dos 50 km/h. A cada frenagem ou mesmo retirada do pedal do acelerador, o veículo é reduzido. Mas a energia regenera.
A Ford optou por manter o marcador de energia da E-Transit igual ao marcado do nível de combustível da Transit diesel. O que traz mais segurança ao motorista.
Seja como for, andamos em 104 km com o veículo. E consumimos 40% da energia, considerando que no início da operação o furgão estava com 90% de energia.
Mercado para o E-Transit
A E-Transit é a mais completa do seu segmento. No mercado, o veículo vai disputar espaço com os furgões da Stellatins Fiat eScudo, Peugeot E-Expert e Citroën ë-Jumpy. Assim como o JAC IEV750, BYD ET3.
Vale lembrar que a Ford também já apresentou a versão da E-Transit chassi cabine. Ela custa R$ 562 mil e tem versão com PBT de 3,5 t e 4,2 t e está em testes no País.
E em termos de tecnologia de eletrificação vai dividir o mercado com Volkswagen e-Delivery, Foton iBlue e os modelos JAC ieV1200T, JAC EJT 12,7 e JAC EJT 9,5. Contudo, esses modelos contam com PBT maior em relação à Transit.
Seja como for, com essas 300 unidades da Ford E-Transit vendidas, representam 8% do mercado. Considerando o parque total de veículos elétricos até o momento somam 3,5 mil veículos comercializados. Mas a Ford acredita encerrar o ano com 600 unidades da E-Transit vendidas.
Versões e carga útil da Ford E Transit furgão
L2H2 350 teto médio - 851 kg
L2H3 350 teto alto - 813 kg
L3H2 350 teto médio - 816 kg
L3H3 350 teto alto - 781 kg
L4H3 350 estra longa teto alto - 644 kg
Fonte: Ford