A tag de pagamento promete reduzir o tempo para passar nas praças de pedágio. Bem como o consumo de combustível e o desgaste do sistema de freios e pneus, entre outros itens. Porém, no caso do setor de agronegócio, por exemplo, mais da metade dos veículos utilizados de transporte de carga não tem o sistema. É o que aponta um levantamento feito pela Tmov.
Segundo o superintendente de relacionamento com o mercado da fintech Target Bank, Wagner Muradin, a tag pode reduzir em até 60% o tempo de passagem nas praças de pedágio. De acordo com ele, além disso, a diminuição do consumo de diesel, chega a 86%.
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Tag de pedágio reduz tempo de viagem
Conforme os dados da Tmov, o impacto positivo no tempo de viagem é enorme. Assim, no trecho entre a cidade de Londrina e o porto de Paranaguá, no Paraná, a redução chega a 42 minutos. A viagem, de cerca de 480 km, leva, é feita, em média, em 7 horas. De Cardoso, no noroeste de São Paulo, a Santos, no litoral sul paulista, (SP), há 12 pedágios. Ou seja, o tempo gasto apenas em paradas nas praças das rodovias supera uma hora.
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De acordo com o caminhoneiro autônomo Anderson Zamperlini, um dos principais motivos que o levaram a utilizar a tag é a segurança. Segundo ele, com o sistema não é preciso carregar dinheiro "vivo". Porém, rapidamente ele constatou a redução no tempo de viagem. Conforme Zamperlini, de São Paulo ao Rio de Janeiro a diferença chega a uma hora.
Taxas mensais
Seja como for, muitos caminhoneiros não aderem à tag por causa das taxas. Na maioria dos casos, há cobrança de mensalidade. Assessor-executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maues diz que muitos têm receio de que a tag possa não valer a pena. Porém, ele afirma que o sistema é vantajoso. "Com isso, ele ganha mais condições de fazer prevalecer o direito do vale-pedágio", explica.
De acordo com Maues, é comum intermediários de frete não repassarem o valor do pedágio ao motorista autônomo. Eles incluem esse custo no preço do frete. Porém, essa prática é ilegal. "Muitos (motoristas) não reclamam por medo de retaliações", diz.
Várias opções de tag no mercado
Há vários tipos de tag de pagamento no mercado. Assim, o preço da mensalidade é apenas um dos fatores que devem ser levados em consideração na hora da escolha. Afinal, algumas permitem parcelar outros tipos de taxas, como o IPVA, por exemplo. Confira algumas das mais conhecidas;
A do Sem Parar, por exemplo, tem mensalidade a partir de R$ 9,90. Segundo informações disponíveis no site da empresa, o primeiro pagamento é feito a partir do sétimo mês de uso. No caso da Veloe, o preço da mensalidade, de R$ 14,90, deve ser pago a partir do quarto mês de utilização. Quem tem conta no Target Bank ganha mais dois meses de isenção. Bem como gratuidade na emissão e entrega das tag.
O mesmo ocorre com o Conect Car, cuja mensalidade é de R$ 17,90. Segundo a empresa, a cobrança começa no 13° mês de uso. Além disso, clientes do banco Itaú não pagam mensalidade. Seja como for, o sistema é pré-pago. Ou seja, o usuário pode autorizar que a conta seja recarregada toda vez que o saldo chega a um valor mínimo determinado. O sistema da Move Mais também é pré-pago. Porém, é preciso arcar com uma taxa de adesão no valor de R$ 39,90.
Vale-pedágio obrigatório
Independentemente de o veículo ter ou não tag, desde 2001 uma lei determina que os embarcadores de carga paguem o valor do pedágio do transporte. Assim, as empresas de transporte devem antecipar essa despesa ao caminhoneiro, que tem de prestar contas após o término da viagem.
Segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), o valor do pedágio não pode ser embutido no preço do frete. O Estradão perguntou quantas multas já foram aplicadas por descumprimento da lei. De acordo com a assessoria de imprensa, a agência não faz esse tipo de levantamento. Ou seja, não há como saber se a regra é cumprida de fato.
Pedágios sem cancela
De qualquer maneira, o sistema de cobrança de pedágio está evoluindo rapidamente. Em algumas praças, além das tags é possível fazer o pagamento por aproximação, com cartões e smartphone, por exemplo. Agora, a novidade é o chamado free flow, ou seja, passagem livre, em que não há cabines nem cancelas. Além disso, o usuário vai pagar de acordo com a distância percorrida.
Assim, quando o veículo passar pelos pórticos, câmeras farão a leitura das placas. Um scanner a laser vai identificar o tipo de modelo e o sistema poderá saber, em tempo real, o trecho de rodovia utilizado. O sistema free flow é utilizado em mais de 20 países. Por exemplo: Austrália, Canadá, Portugal, Israel e Noruega. Na América do Sul, o Chile, onde a implantação começou em 2004, foi pioneiro.