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Retrospectiva 2022: Setor de ônibus se recupera após dois anos de crise

Operadoras de ônibus enfim recuperaram faturamento após dois anos de pandemia e aumento da demanda aqueceu as vendas de novos veículos

Aline Feltrin

31 de dez, 2022 · 5 minutos de leitura.

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Crédito:Scania/Diulgação
O setor de ônibus se recuperou em 2022, mas trouxe alguns efeitos colaterais como falta de motoristas e menos capacidade de investir

Depois de dois anos enfrentando a evasão de passageiros do sistema de transporte urbano e rodoviário de passageiros, o setor de ônibus respirou mais aliviado em 2022.

As empresas operadoras de ônibus finalmente viram os usuários voltarem a utilizar o transporte. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transportes Terrestres (Abrati), a alta em 2022 chega a 60%.

De acordo com a associação, de janeiro a julho deste ano, as operadoras de ônibus rodoviário transportaram 21.573.884 passageiros.


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Ou seja, cerca de 9 mil a mais do que no mesmo período de 2021. Contudo, a recuperação da demanda trouxe o problema da falta de motoristas. Conforme a porta-voz da Abrati, Leticia Pineschi, o déficit gira e torno de 30%.

Assim como as empresas de ônibus de turismo, as que operam o transporte público também enfrentaram os efeitos colaterais com o retorno da demanda.

Segundo a Associação Nacional da Empresas de Transportes Urbanos (NTU), de março de 2021 a maio de 2022, as companhias acumularam perdas de R$ 25,7 bilhões de março de 2020 e fevereiro de 2022. Desta forma, o impacto financeiro médio para o setor foi de R$ 1,12 bilhão por mês.


Impacto na venda de chassis

As montadoras de chassis de ônibus também sentiram o impacto da reviravolta da demanda por ônibus em 2022. Ainda no primeiro semestre, a Mercedes-Benz do Brasil, que é líder em vendas de chassis já previa vendas de 25 mil unidades até dezembro.

Na época, o diretor e vendas de Marketing disse que se a expectativa se concretizasse, seria uma alta de 40,7% em relação às 17.776 unidades emplacadas em 2021. Assim, isso resultaria no melhor resultado para o setor desde 2012.

Contudo, mesmo com as vendas acima de 2021, a previsão da montadora ainda não se concretizou. De acordo com os números da Anfavea, associação que representa as fabricantes de veículos automotores no Brasil, de janeiro a novembro, as vendas somaram 15 mil unidades. Alta, portanto, de 16,9% sobre as 12.886 emplacadas no ano anterior. O fechamento do ano será divulgado pela Anfavea em janeiro.


Novidades e tecnologias

Em  agosto, o setor  de ônibus contou com a Feira Latino Americana do Transporte, a Lat.Bus. o público viu novidades das principais empresas do setor. Ou seja, montadoras, encarroçadoras e sistemistas, entre outras.

Entre os destaques das novidades, vale relembrar o lançamento do eO500U. Trata-se do primeiro modelo elétrico da marca no Brasil.

O chassi tem dois motores elétricos nos eixos traseiros. Assim, desenvolvem potência máxima equivalente a 380 cv e constante de 250 cv. Ademais, a versão básica tem quatro pacotes de baterias.


Dessa forma, a autonomia pode chegar a 250 km. Além disso, há opção de seis pacotes de baterias. Logo, garantem autonomia de até 300 km. Segundo a empresa, a recarga do ônibus elétrico é feita em 2,5 horas em sistemas rápidos.

Da mesma forma, a Scania levou à Lat.Bus sua nova geração de ônibus urbanos e rodoviários. Além de ter recursos eletrônicos mais avançados, houve atualizações nos motores. Assim, a linha atende as novas regras de redução de emissões, que entram em vigor em janeiro de 2023.

Da mesma forma, para se enquadrar no Proconve P8, equivalente ao Euro 6, os propulsores ficaram mais econômicos. De acordo com a marca, o ganho foi de até 7% em relação à geração anterior.


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