Até outubro de 2021, a BYD entregará 12 chassis de ônibus elétricos articulados para a Linha Verde de São José do Campos (SP). A informação foi antecipada em junho pelo Estradão. E confirmada na manhã desta segunda-feira (10) pela prefeitura da cidade. Os ônibus farão um percurso de 14,5 quilômetros, interligando as regiões Sul e Leste do município.
A Marcopolo foi a encarroçadora escolhida pela BYD para desenvolver a carroceria. O chassi é do modelo B11B, que acaba de ser lançado pela empresa e tem 22 metros de comprimento. A autonomia chega a 250 km, de acordo com informações da fabricante.
Os chassis recém-lançados serão produzidos na fábrica da BYD em Campinas, no interior do Estado de São Paulo. A unidade tem capacidade para fabricar 700 chassis por ano. Também de acordo com dados da empresa, se for necessário, a planta pode montar até 1.440 chassis anualmente.
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O B11B tem quatro motores (um em cada eixo) que entregam potência total equivalente a 201 cv. O tempo médio necessário para recarregar completamente as baterias é de cerca de 3 horas. Entre os equipamentos há coluna de direção regulável, ajuste de altura do chassi, ajoelhamento bilateral, sistema antichamas, tacógrafo digital, rodas de alumínio e suspensão pneumática integral.
A carroceria da Marcopolo também é nova. Batizada de Attivi Express, trata-se de um modelo urbano articulado feito para chassis com motores elétricos. Seu desenvolvimento foi pensado para operações em corredores troncais e sistemas de mobilidade para médias e grandes cidades. Segundo informações da empresa, o novo produto está em fase final de desenvolvimento e os testes de homologação serão realizados até o fim deste ano.
O novo modelo tem características inéditas em relação aos demais produtos da Marcopolo. É o caso do sistema que vai substituir os retrovisores convencionais. Em vez de espelhos, haverá seis câmeras que projetarão as imagens captadas em telas de alta resolução. Entre as vantagens a novidade eliminará os “pontos cegos” nas laterais do veículo.
Outro item inédito é o sistema de entretenimento para os passageiros. O novo ônibus terá duas telas de 15,6 polegadas cada fixadas no teto. Além disso, haverá rádio com sistema de auto-falantes e portas pantográficas de duas folhas, que garantem maior vão livre.
O modelo de carroceria também contará com novas soluções adotadas pela Marcopolo contra o coronavírus. Áreas com maior frequência de contato, como poltronas, balaústres e alças de apoio, receberão aditivos antimicrobianos. O objetivo é reduzir a transmissão da covid 19 e de outras doenças causadas por vírus e bactérias.
Essa não é a primeira parceria entre BYD e Marcopolo para o fornecimento de ônibus elétricos. Em 2019, as empresas desenvolveram quatro veículos elétricos para a Viação Piracicabana. Os modelos operam em Brasília, na linha entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Praça dos Três Poderes.
O chassi utilizado na capital do País é o BYD D9W, com 13,2 metros de comprimento. Esses ônibus têm autonomia de até 250 km, de acordo com informações da empresa.
Aposta em ônibus elétricos
O crescimento das operações de ônibus de trânsito rápido, conhecidas como BRT, vai acelerar a demanda por modelos elétricos. A informação é do diretor institucional e da unidade de ônibus elétricos da BYD no Brasil, Marcello Schneider. Ele falou sobre o potencial do mercado durante o lançamento do chassi articulado B11B, em junho. Entre as cidades que poderão adotar esse tipo de solução estão São Paulo, Curitiba e Campinas (SP).
Em abril, Schneider havia anunciado que os ônibus elétricos da empresa podem ser adquiridos por meio de financiamento via Finame. A nova modalidade de crédito deverá ajudar a compensar a queda nas vendas causada pelo avanço do novo coronavírus.
A empresa também aposta na renovação de frotas municipais. É o que está ocorrendo em São José dos Campos, por exemplo. De acordo com informações de Schneider, as vendas de ônibus elétricos da BYD no Brasil ficarão entre 120 e 150 unidades neste ano.
Diretor do Negócio Ônibus da Marcopolo, Rodrigo Pikussa, também aposta no crescimento da demanda por ônibus elétricos. A expectativa é baseada no fato de essa tecnologia ser mais eficiente e trazer vantagens ambientais em relação aos modelos com motor a combustão. “Várias cidades do mundo estão exigindo veículos cada vez menos poluentes. Inclusive metrópoles da América Latina, como Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia).".