Notícias

Ônibus elétricos não têm infraestrutura na Europa, diz CEO da Daimler

Para CEO da Daimler, dona da Mercedes-Benz, a Europa precisa ampliar infraestrutura para veículos alternativos ao diesel e ônibus elétricos são 100% viáveis

Andrea Ramos, de Bruxelas, Bélgica

07 de out, 2023 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

Europa
Crédito:Foto/Andrea Ramos

O avanço dos ônibus elétricos ainda patina no mundo todo. Conforme o CEO da Daimler, dona da Mercedes-Benz, Till Oberwörder a Europa tem muito a evoluir em relação à infraestrutura. A declaração foi feita na Busworld Europe, maior evento do setor no mundo. A feita vai até a próxima quinta-feira (12) em Bruxelas, na Bélgica.

De acordo com Oberwörder, o objetivo era ter a solução pronta até 2030. Ou seja, para cumprir as metas do Acordo Climático de Paris. O protocolo visa reduzir as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa (GEE). Portanto, é um importante aliado para conter o avanço do aquecimento global.

LEIA MAIS


Publicidade

Com gás, LOTS Group reduz em 21% os custos para abastecer caminhões
Rodofort Guerra lança semirreboques para transporte frigorífico
Primeiro caminhão nacional: relembre como era a tecnologia

Porém, o CEO da Daimler afirma que ainda não há, na Europa, infraestrutura para receber mis veículos com sistema de propulsão elétrica. De acordo com ele, um dos maiores entraves é a baixa rede de pontos de recarga de veículos elétricos. Bem como postos de abastecimento de hidrogênio.

ônibus elétricos
CEO da Daimler, Oberwörder diz que investir no Euro 7 não compensa: Fotos: ANDREA RAMOS/ESTADÃO

Daimler produzirá menos ônibus elétricos que sua capacidade

Do mesmo modo, é fundamental que a energia utilizada venha de fontes limpas. Afinal, boa parte da eletricidade consumida na Europa é gerada com a queima de carvão. Bem como de usinas nucleares, sobretudo na Alemanha, por exemplo.

Seja como for, Oberwörder diz que a indústria está pronta para atender a demanda. A Daimler Buses, por exemplo, já oferece ônibus elétricos a bateria. Bem como elétricos a célula a hidrogênio. Porém, esse tipo de tecnologia ainda é cara, com grande impacto sobretudo para os pequenos frotistas.

De todo modo, o CEO da Daimler diz que, em 2030, de 40% a 45% dos veículos produzidos pela empresa poderiam ter motores alternativos ao diesel. Porém, a participação será de apenas 20%. Justamente por causa de falhas na infraestrutura. “Os ônibus elétricos podem reduzir significativamente as emissões de CO2. Para isso, a estrutura da política deve ser adaptada para cada segmento.”


Euro 7 é controverso

O executivo também é taxativo ao afirmar que a Europa deve ser capaz de usar os recursos financeiros para o desenvolvimento de tecnologias de emissão zero. E não para alcançar o Euro 7. Vale lembrar que a nova etapa do programa de controle de emissões por motores a combustão está em discussão no parlamento europeu.

Porém, as fabricantes argumentam que os investimentos seriam muito altos. Dessa forma, a redução gerada não compensaria os gastos. Dessa forma, o CEO da Daimler diz que esses recursos poderiam ser destinados ao desenvolvimento de sistemas de propulsão alternativos aos motores a combustão.

De acordo com ele, os ônibus elétricos urbanos, por exemplo, são absolutamente viáveis. “É fundamental que todo o setor se concentre totalmente em soluções neutras em termos de CO2, diz Oberwörder." Nesse sentido, ele afirma que é necessário um esforço conjunto de governos e fabricantes. Bem como de operadores de ônibus e do setor de energia. "Juntos, todos podem colocar os ônibus elétricos de grande volume nas estradas o mais rápido possível”.


Deixe sua opinião