O ônibus Golden Dolphin é considerado um dos mais icônicos de sua época. O modelo feito pela Viberti, então um fabricante conhecido por produzir reboques e semirreboques, conquistou o mercado italiano logo após a segunda guerra mundial.
Nesse sentido, vale ressaltar que a Viberti era um fabricante tradicional da cidade de Turim, Itália. E que se destacou pela qualidade de seus produtos direcionados ao transporte. E por causa dessa boa fama, durante a segunda guerra mundial, também começou a desenvolver equipamentos direcionados ao transporte de militares.
Contudo, no pós-guerra, a marca tornou-se líder no mercado italiano em vendas de reboques e semirreboques. Culminando na liderança absoluta desses equipamentos para o mercado europeu.
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Um design especial
Ademais, para os diretores da Viberti o céu era o limite. Então, a companhia resolveu entrar no mercado de duas rodas. Algo bastante tradicional na cultura do transporte italiano. Assim, nasceu a Vi-Vi, divisão de motocicletas da marca. O design da Vi-Vi atraia o consumidor de duas rodas. E garantiu outro sucesso para o grupo.
Nesse sentido, em 1950, com o aumento da demanda por transporte público não apenas na Itália, mas em todo território europeu, a Viberti resolveu aproveitar a boa fama do seu design para fazer algo inovador. Porém, para o mercado de ônibus. Então a empresa desenvolveu o Golden Dolphin (golfinho dourado em tradução livre).
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Aliás, o animal serviu de inspiração para os designers da companhia. Logo se percebe ao ver o desenho traseiro do veículo. Que remete a uma nadadeira. Porém, com a função maior do que estética. Ou seja, servia para deixar a condução mais estável.
Mas a cereja do bolo, no entanto, era a cor dourada do veículo. E que ajudou a dar significado a todos os itens de conforto que o ônibus entregava.
O Golden Dolphin nos detalhes
O desenho do Golden Dolphin atrai pela ampla área envidraçada. Nesse sentido, segundo os designers a ideia era oferecer uma visão privilegiada aos viajantes, bem como para o condutor. Garantindo, assim, a segurança. Vale ressaltar que a estação de trabalho do motorista remetia uma espécie de "cápsula". Com o volante e o assento centrados no meio do chassi.
Apesar de ser algo nada comum, até mesmo para os dias atuais, a proposta visava apresentar ao mercado algo extravagante. Assim como era a sua mecânica. O Golden Dolphin contava com motor disel, mas com turbina a gás, desenvolvendo cerca de 400 cv. Ou seja, também algo fascinante para o transporte de passageiros da época.
Embora não haja dados específicos sobre seu torque, os fabricantes afirmaram que o veículo chegava a atingir uma velocidade máxima de 200 km/h.
Ademais, o ônibus equipava suspensão independente em cada eixo. Assim, deixava de lado as clássicas molas de lâmina. Dessa forma, os passageiros contavam com mais conforto a bordo. Sem aqueles impactos causados por buracos ou irregularidades do piso.
Originalmente, o Golden Dolphin tinha quase 12 metros de comprimento. Mas por causa das vibrações, o chassi foi encurtado. E os fabricantes passaram a oferecer o modelo em duas configurações: de 18 e 32 lugares. A versão de 18 lugares tinha banheiro e um pequeno closet, para troca de roupas.
Todavia, além dos cintos de segurança individual, cada assento contava com um sistema de rádio com seus respectivos controles. Na parte superior havia ainda o sistema de ar condicionado. Ou seja, novidade para aqueles anos.
Um ônibus para a história
Seja como for, não se sabe ao certo quantas unidades do Golden Dolphin foram produzidas. Mas seu alto custo de produção levaram a Viberti acabar com o projeto.
Mesmo assim, o veículo serve até hoje como objeto de estudo de engenheiros e apaixonados por veículos de transporte. Além de ter ficado para história como um dos ônibus mais "Premium" e mais rápido do seu tempo.
Por sua vez, a Viberti foi uma das marcas mais populares da Itália até a década de 1980. Contudo, em 2011, a marca foi vendida para a fabricante italiana Acerbi e, desde 2016, faz parte do grupo polonês Wielton.