Mobilidade

Queda do número de passageiros faz do Fly 10 da Volare uma boa aposta

Modelo da Volare com distância entre os eixos de 10.145 mm tem feito sucesso com operadores de transporte que perderam passageiros por causa de aplicativos e da pandemia

Andrea Ramos

14 de out, 2020 · 7 minutos de leitura.

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Fly 10 é a aposta da Volare para o momento de crise no transporte urbano de passageiro
Crédito:Leo Souza/Estadão
Fly 10 é a aposta da Volare para o momento de crise no transporte urbano de passageiro

O Fly 10 é o ônibus urbano da Volare que tem ganhado notoriedade na atual realidade do transporte urbano de passageiros. Ele é direcionado para linhas alimentadoras e tem peso bruto total (PBT) de 10 t. Graças a sua menor capacidade, o modelo se tornou uma alternativa atrativa para o operador em tempos de crise.

Com o advento dos aplicativos de transporte nos últimos quatro anos, o modal coletivo de passageiros foi impactado pela queda do número de usuários. Os ônibus maiores, de 15 t e 17 t de PBT, que são os mais usuais nessas operações, ficaram ociosos.

Com a pandemia do novo coronavírus, a situação se agravou ainda mais. Os passageiros deixaram de utilizar o transporte público para cumprir as medidas de isolamento social. Mesmo com o retorno das atividades, e os passageiros voltando a utilizar os ônibus, a quantidade ainda está aquém do que o operador espera para tornar a atividade vantajosa.


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Volare atenta às mudanças de comportamento

E foi pensando em ajudar a operação do frotista a ser mais produtiva que a Volare desenvolveu neste ano a versão do Fly 10. O modelo tem 10.145 mm de distância entre os eixos. Essa versão, lançada há seis meses, se junta aos demais membros da família Fly 10 de urbanos: de 8.900 mm e 9.600 mm que estão no mercado desde meados de 2014.

A quantidade de pessoas a bordo do novo veículo dependerá da configuração do salão. Mas a carroceria do modelo permite o transporte de até 53 passageiros. Comporta até 30 pessoas sentadas e 23 em pé. De acordo com os engenheiros da Volare, o modelo apresenta melhor custo benefício para aquele licitante que por lei deve manter uma frota mínima de veículos circulando.


Engenheiro de desenvolvimento da Volare, Roberto Poloni, explica que nesse atual momento de evasão do transporte público motivado pela crise, o ônibus midi da marca levará um número de passageiros de acordo com a atual realidade. Enquanto que nos veículos maiores sobram espaço. O que ocasiona prejuízos para a operação.

"Antes dos aplicativos de transporte, o ônibus parava no ponto, pegava os passageiros até a capacidade máxima. Muitas vezes ultrapassava essa capacidade gerando superlotação. E ainda assim haviam pessoas no ponto para o próximo ônibus que chegasse mais vazio. Agora, principalmente nas regiões centrais, o ônibus chega no ponto de parada, pega os passageiros, mas não completa a sua total capacidade. Com a pandemia a situação se agravou ainda mais", diz Poloni.


Sua missão era a rodovia

Poloni explica que o Fly 10 de 10.145 mm de distância entre os eixos foi desenvolvido com foco na operação rodoviária de curtas distâncias. "Percebemos a possibilidade de sua aplicação no ambiente urbano em razão dessas mudanças. Mas mantivemos a versão dele para o transporte rodoviário", diz.

Antes da pandemia a Volare produzia 13 modelos por dia, entre urbano e rodoviário. Durante a pandemia a produção caiu para seis unidades. E, agora, com o cliente percebendo as vantagens operacionais do veículo no ambiente urbano, a marca está aumentando a produção. E contabiliza cerca de 18 unidades diárias.

Os engenheiros da marca explicam que se comparar o Fly 10 com um modelo de 15 t de PBT na mesma aplicação, o Volare apresenta economia de combustível entre 20% e 30% menor. Se colocar na conta o custo operacional e de aquisição, as vantagens são maiores. "Uma vez que o número de passageiros caiu nesta dimensão o ônibus oferece uma compensação para suportar a perda", explica Poloni.


Tecnicamente preparado

O Fly 10 é equipado com motor Cummins ISF 3.8, de 4 cilindros em linha. E desenvolve potência de 162 cv a 2.600 rpm e torque de 61,2 mkgf de 1.300 a 1.700 rpm. O câmbio é Eaton FSO 4505, manual de cinco velocidades. Mas a Volare oferece a opção da transmissão, também Eaton, ESBO 6106, manual, de seis marchas.

O modelo tem suspensão traseira a ar. Dessa forma o passageiro fica mais confortável a bordo do veículo.

Sobre o salão, o operador pode pedir a configuração de salão que melhor atende a operação. E é possível, ainda, colocar todos os sistemas de biossegurança desenvolvido pela Marcopolo (empresa a qual a Volare pertence). O que pode viabilizar a manutenção de muitas linhas alimentadoras.


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