Mercado

Volvo projeta alta nas vendas de caminhões acima de 16 t em 2024

Mesmo perdendo mercado ao optar por não ter estoques de Euro 5 em pesados, a Volvo caminhões ainda comemora participação de mercado superior a 30%

Andrea Ramos

01 de mar, 2024 · 6 minutos de leitura.

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Para Volvo, venda de caminhões acima de 16 t vai crescer até 15% em 2024
Volvo mercado
Crédito:Volvo/Divulgação
Para Volvo, venda de caminhões acima de 16 t vai crescer até 15% em 2024

A Volvo Caminhões está bem otimista com o mercado brasileiro neste ano. A marca projeta vendas entre 10% e 15% maiores neste ano para os caminhões com peso bruto total (PBT) acima de 16 t. Ou seja, segmento que a fabricante participa com as linhas F e VM. Presidente do Grupo Volvo América Latina, Wilson Lirmann, diz que a queda de desemprego e o maior poder de compra resultam em mais carga sendo transportada. Além disso, as commodities permanecem com alta demanda.

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Todavia, Lirmann traz alguns pontos de atenção. O volume da safra não será tão pujante como ocorreu em anos anteriores. Do mesmo modo, as taxas de juros, assim como a elevação dos custos, podem gerar incertezas econômicas. "Mas, de qualquer forma, 2024 será um ano melhor. Há mais previsibilidade, o que faz o transportador ter mais certezas para poder investir", completa.


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Volvo fechou 2023 com 30,7% de participação com pesados Euro 6

Seja como for, se a previsão se concretizar, a Volvo continuará em ritmo positivo. Em 2023, entre os caminhões pesados Euro 6, a marca licenciou 10.296 unidades com FH, FM e FMX. Dessa forma, ficou com 30,7% de mercado no ano passado. Do mesmo modo, vendeu 3.724 modelos VM, o que lhe rendeu 27% de participação apenas com modelos Euro 6. Assim, com os caminhões Euro da gama VM, a marca entregou 6.896 unidades.

Contudo, mesmo com os bons números, a Volvo perdeu 18% de mercado quando comparamos os resultados de 2023 e de 2022. Ou seja, no ano passado, na soma, a fabricante encerrou com 19.647 caminhões entre semipesados e pesados Euro 5 e Euro 6. Portanto, com 23,9%. Já em 2022, foram 24.093 modelos e 24,6% de mercado.

Para Volvo, venda de caminhões acima de 16 t vai crescer até 15% em 2024
Volvo/Divulgação
Volvo VM 290 foi o caminhão semipesado mais vendido da marca em 2023; fotos: Volvo

Nesse sentido, o diretor executivo da Volvo Caminhões, Alcides Cavalcanti, explica que a queda ocorreu porque houve a virada de chave de Euro 5 para Euro 6. Os caminhões com a nova tecnologia aumentaram em torno de 20%. Além disso, a Volvo optou por não fazer estoques de Euro 5. Com isso, perdeu mercado. Afinal, 40% dos emplacamentos em 2023 foram de caminhões Euro 5.

Seminovos e locação mostram força

No ano passado, a Volvo celebrou os 25 anos da sua divisão de seminovos, com mais de 20 mil caminhões negociados. Apenas no ano passado, foram 1.799 unidades. Do mesmo modo, a marca comemorou, em novembro de 2023, o primeiro ano da operação de locação, com 850 negócios. Incluindo caminhões elétricos com o FM Electric.

Para Volvo, venda de caminhões acima de 16 t vai crescer até 15% em 2024
Volvo/Divulgação
Locadora Volvo atinge 850 ativos contratados em seu primeiro ano de operação; fotos: Volvo

Segundo o presidente da Volvo Financial Service (VFS) para a América do Sul, Carlos Ribeiro, o primeiro ano de operação atendeu às expectativas. E isso se deve a flexibilidade do serviço. Afinal, a Volvo realiza contratos de 24 a 60 meses, sendo a média de 36 meses. "Entendemos que tem de haver flexibilidade, conforme a operação do cliente. Temos casos de contratos de até 100 meses", diz.

Ainda dentro das operações do VFS, a Volvo financiou R$ 6,8 bilhões. Assim, obteve 43% de participação de mercado em 2023. O crescimento, conforme Ribeiro, ocorreu porque, com a dificuldade de crédito, os bancos das montadoras participaram mais do negócio do cliente frente aos bancos comerciais. Além disso, registrou apenas com 1,5% de inadimplência.

Vale lembrar que, antes do início da queda da taxa Selic, 60% dos empréstimos ocorriam por meio de CDC, sendo os 40% restante via Finame. Contudo, após a queda dos juros, a situação se inverteu. Ou seja, Finame participa com 55% enquanto o CDC responde por 45% das operações.


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