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Volvo comemora a produção de 100 mil câmbios I-Shift no Brasil

Volvo I-Shift chegou no Brasil em 2003 e abriu espaço para os câmbios automatizados em caminhões. Atualmente 100% dos caminhões pesados 0-km são ofertados com o sistema como item de série

Redação

01 de jul, 2020 · 9 minutos de leitura.

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Volvo comemora a produção de 100 mil caixas I-Shift no Brasil
Crédito:Volvo/Divulgação
Volvo comemora a produção de 100 mil caixas I-Shift no Brasil

A Volvo comemora a marca de 100 mil unidades da caixa I-Shift produzidos no País. O câmbio automatizado é equipado de série nos caminhões da linha F, nos pesados VM e nos ônibus rodoviários com motor traseiro da marca.

Mas nem sempre foi assim. A I-Shift chegou ao Brasil em 2003, ainda importada da Suécia, como item opcional. O País foi o segundo, após a Suécia, a receber a transmissão, tamanha a importância do mercado brasileiro para a Volvo.

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Quem estreou a caixa automatizada em caminhões no Brasil foi a Scania, em 2001, com a introdução da Opticruise. Mas o mérito de popularizar o componente em veículos comerciais é da Volvo.

A caixa automatizada é um item de conforto adicional para o motorista, porque ele não precisa ficar trocando de marchas constantemente

Um argumento que rapidamente convenceu o empresário de transporte a optar pelo item é a economia de combustível. O uso da transmissão automatizada em uma frota pode equalizar o desempenho dos motoristas, logo, o resultado de consumo de diesel. Especialmente se na frota nem todos os motoristas tiverem o mesmo rendimento.


Na época do lançamento da caixa I-Shift, a Volvo falava de uma economia que podia chegar a 5% frente a um caminhão com câmbio manual.

A caixa automatizada também é mais durável. Preserva o conceito utilizado nas manuais, com trocas de marchas feitas por cabos e presença de embreagem. Graças à eletrônica avançada, foi possível eliminar os antigos anéis sincronizadores, até então essenciais para engates suaves e precisos.

A inteligência do I-Shift é capaz de processar milhares de informação por segundo para selecionar sempre a melhor marcha, levando em conta fatores como velocidade, carga do motor, temperatura, topografia, inclinação e peso transportado. Com isso, o sistema evita troca de marchas indevidas e, assim, garante um aumento da eficiência.


Outros itens do caminhão também são poupados com o uso de uma transmissão automatizada. As trocas de marchas suaves garantem maior durabilidade de todo o trem de força como motor, embreagem, eixo cardan, diferencial e eixos traseiros. E também assegura menor desgaste de pneus.

Volvo I-Shift está na sexta geração e pode ser até 3% mais econômica em relação à geração passada

Sem o pedal da embreagem, a ferramenta otimiza o trabalho do motorista. Quando está no modo automático, ele só precisa acelerar e frear. No modo manual é necessário apenas um toque no botão para efetuar a troca de marcha. É possível ainda que o motorista defina a forma como quer conduzir o veículo: em modo econômico ou em potência máxima. Com isso, até o condutor mais arredio se convence de que o item é importante aliado para a sua desenvoltura na operação.


“A transmissão automatizada da Volvo foi o maior avanço para economia de combustível. Mas também para o conforto do motorista e produtividade no setor de transportes comerciais desde sua introdução no Brasil”, diz o diretor de estratégia de produto da Volvo, Alan Holzmann.

Produção brasileira

Com o crescimento da I-Shift nos caminhões pesados da marca, equipes de engenheiros, técnicos e montadores brasileiros e suecos iniciaram o projeto de implementar a linha de produção da caixa no Brasil em 2011. Essa foi a primeira linha para a produção da transmissão da Volvo fora da Suécia. E naquele momento, 60% dos caminhões vendidos da marca já equipavam a I-Shift. O que justificava a linha de montagem local.

“Além do desenvolvimento de competências técnicas de produto e processo, o projeto, na época, já previa soluções alinhadas com a Indústria 4.0”, afirma o diretor de produção de Powertrain na Volvo no Brasil, Luiz Bohatch.


O projeto brasileiro teve tanto sucesso que o mesmo conceito e as mesmas soluções foram replicadas para outra fábrica do Grupo Volvo nos Estados Unidos, que viria a ser construída depois. “Com isso reduzimos o tempo e o custo de implementação do projeto, pois a solução aqui desenvolvida foi literalmente replicada na fábrica norte-americana”, conclui Bohatch.

I-Shift chega a sua sexta geração

A Volvo marca a produção de 100 mil transmissões I-Shift produzidas no Brasil. Foram tantas evoluções, que a caixa está na sua sexta geração

Graças a sua associação ao mecanismo I-see e os sensores posicionados na caixa, o sistema identifica a melhor marcha de acordo com a carga transportada e a topografia da região. Essa inteligência embarcada possibilita uma economia de diesel até 3% maior do que na geração anterior.


O I-see é um sistema de conectividade equipado de série em todos os caminhões da linha FH. Por meio dele a I-Shift sabe, em tempo real, onde o caminhão está rodando, bem como a topografia à frente. E por isso consegue antecipar as trocas de marcha conforme aclives e declives. Para isso o caminhão deve rodar com o piloto automático acionado.

“O diesel é um dos principais custos na planilha do transportador. E a caixa I-Shift contribui para uma condução melhor, com menos gasto de combustível”, diz o diretor comercial de caminhões da Volvo, Alcides Cavalcanti.

I-Shift super-reduzida

A Volvo ainda tem a I-Shift com opções de marchas super-reduzidas. Essa versão proporciona mais capacidade de arranque para caminhões com cargas pesadas ou que roda em terrenos difíceis. São uma ou duas marchas adicionais para força. E capazes de arrancar e transportar um peso bruto total (PBT) de até 250 toneladas, em situações controladas. Permite ainda operar em velocidades muito baixas, de 0,5 a 2 km/h, à frente ou em marcha ré. Uma condição extremamente útil em manobras de precisão, como em canteiros de obras ou tarefas de manutenção.


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