Mercado

Vendas financiadas de caminhões e ônibus chegam a 310.509 contratos em 2021

Foram fechadas quase 50 mil vendas financiadas a mais em relação a 2020, e o setor, otimista, projeta mercado ainda mais aquecido em 2022

Aline Feltrin, especial para o Estradão

28 de jan, 2022 · 5 minutos de leitura.

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Montadoras devem intensificar produção de caminhões e ônibus em junho após pacote de incentivos do Governo Federal
Crédito:VWCO/Divulgação

Os números da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, confirmam o bom momento do setor de caminhões e ônibus. As vendas financiadas em 2021 somaram um total de 310.509 unidades, volume 18,9% superior ao registrado no ano anterior, que teve 261.127 novos contratos. Ou seja, uma alta de 49.382 unidades, o que reflete o forte crescimento nas vendas de caminhões no País nos últimos 12 meses.

O volume maior de vendas financiadas foi de veículos pesados novos, com 160.634 unidades. Por outro lado, a compra a prazo de usados chegou a 149.875, dividindo os negócios praticamente meio a meio entre modelos 0-km e seminovos e usados.

O diretor da Alias Tecnologia, Marcelo Ciscato, diz que os resultados de 2021 mostram o que está por vir neste ano. A empresa é desenvolvedora de um software que faz a gestão e automação do registro eletrônico de contratos de financiamentos. "Se a economia se estabilizar, o mercado crescerá. Pois é fato que o financiamento de caminhões e ônibus é feito quando há mais segurança e boas perspectivas", pontua Ciscato.


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Maioria das vendas é a prazo

A projeção de novos financiamentos segue o termômetro do volume vendas que estão por vir. Isso porque a maior parte delas é feita a prazo. Segundo informações da Fenabrave, a federação nacional dos concessionários de veículos, após crescimento consistente de quase 43% nos emplacamentos em 2021, a entidade prevê alta de 5,2%, para o setor em 2022.

Assim, dados mais atualizados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, a ANEF, mostram que, até o último trimestre do ano passado, o CDC representava 47% do total de contratos. Em seguida está a compra à vista, com 28%. Depois, aparece o Finame, com 20%, seguido do consórcio, com 4%, e do leasing, com 1% dos negócios a prazo. 

Para comparação, o ano de 2020 encerrou com 44% de CDC, 32% Finame, 4% consórcios, 1% leasing e, por fim, 19% de compras à vista.


CDC deixou Finame para trás

O Finame já teve seus tempos áureos no Brasil. Suas taxas de juros muito baixas e prazos de pagamento a perder de vista fizeram dessa linha de crédito do BNDES a opção mais utilizada no Brasil. O recorde de procura ocorreu em 2013. Naquele ano, 77% dos veículos do tipo foram adquiridos por meio desse tipo de financiamento.

A procura pelo Finame começou, então, a cair a partir de 2015. Naquele ano, o BNDES aumentou a taxa de juros anual de 6% para 9,5% para operações feitas por grandes empresas. Para pequenas e médias, o aumento foi de 4,5% para 7%. Além disso, o BNDES reduziu pela metade o valor de 100% do bem que liberava.

Um ano depois, os recursos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) incorporados ao Finame foram extintos. O BNDES criou, dessa forma, o PSI para ajudar a movimentar a economia, em 2009. O programa chegou a oferecer 100% de subsídio em 2014, período no qual o Brasil enfrentou forte recessão econômica. E vem perdendo força desde então.


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