Mercado

Venda de caminhões usados cresce 37,4% em março

Embora a venda de caminhões usados apresente resultados positivos no primeiro trimestre, lojistas independentes projetam retração do mercado em 2023

Aline Feltrin

11 de abr, 2023 · 4 minutos de leitura.

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caminhões usados
A demanda por usados surpreendeu os lojistas em março. Expectativa era de retração na procura por causa de restrição ao crédito e taxas de juros altas
Crédito:Divulgação/Mercedes-Benz

A venda de caminhões usados em março surpreendeu os lojistas. Segundo dados da Fenauto, houve alta de 37,4% na comparação com as transferências feitas em fevereiro. Ou seja, foram 32.323 unidades no em março e 23.523 em fevereiro. Conforme a entidade, que representa as lojas independentes, houve alta de 17,1% melhor ante o mesmo mês de 2023, quando o setor vendeu 27.612 caminhões usados.

Com o bom resultado de março, a venda de caminhões usados no primeiro trimestre também foi maior que a do mesmo período de 2022. Em outras palavras, de janeiro a março deste ano os lojistas venderam 80.231 unidades. Portanto, a alta foi de 14,6%, ou 10 mil veículos a mais.

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Resultado surpreendeu

Segundo o presidente da Fenauto, Enilson Sales, ainda é cedo para falar em retomada do setor. Assim, a entidade mantém as projeções feitas no início do ano. Ou seja, de queda da demanda. De acordo com Sales, isso tem a ver com a dificuldade de acesso ao crédito, bem como os juros altos. Além disso, ele cita os altos custos de manutenção e operação.


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Conforme a Fenauto, é o caso do preço do diesel, por exemplo. De acordo com Sales, o litro do combustível ficou, em média, 39,5% mais caro em 2022. No mesmo sentido, a alta das taxas de juros impacta diretamente a contratação de empréstimos. É o caso dos planos de financiamento para compra de veículos.

Menos crédito

Além disso, os bancos estão mais restritivos na liberação de crédito, conforme Sales. O presidente da Fenauto também cita as más condições da malha rodoviária como um entrave para o setor. Nesse caso, ele aponta a redução da durabilidade do veículo. E isso significa custos maiores com manutenção e, portanto, menos dinheiro em caixa para trocar o caminhão por outro mais novo.

Segundo dados de uma pesquisa publicada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 70% das estradas do Brasil têm graves problemas de manutenção. "Isso também significa consumo desnecessário de diesel. E impacta diretamente o valor do frete e o poder de compra”, diz Sales.


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