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Volume de transporte rodoviário recua 38,7% por causa da covid-19

O volume de transporte rodoviário de carga no Brasil recuou 38,7% na última semana, de acordo com levantamento feito com 600 transportadoras pela NTC&Logística.

Andrea Ramos

08 de abr, 2020 · 5 minutos de leitura.

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Transporte rodoviário cai quase 40% por causa da covid-19
Crédito:Noma/Divulgação
Transporte rodoviário cai quase 40% por causa da covid-19

O volume de transporte rodoviário de carga no Brasil recuou 38,7%. Esse número é resultado de um levantamento feito com 600 transportadoras pela NTC&Logística. Este é o segundo relatório gerado após o início da quarentena no combate à covid-19.

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Após a primeira semana da quarentena, iniciada no dia 24 de março, a queda no volume de cargas transportadas havia sido de 26,14%. O novo levamento divulgado nesta terça-feira (7) aponta retração de 11,79% em relação à semana anterior.


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A velocidade da queda no volume de transporte rodoviário preocupa entidades do setor. "Acredito que isso é consequência do fechamento do comércio e da parada da indústria", diz o responsável pelo levantamento, Lauro Valdivia. Ele afirma que espera uma redução menor para a próxima semana.

Impacto por setores do transporte rodoviário de carga

O novo levantamento revelou que a queda no volume transportado de cargas fracionadas é de 40,16%. O número corresponde a entregas para pessoas físicas, distribuidores, lojas de rua e de shoppings, além de supermercados.

Já para cargas-lotação, que ocupam toda a capacidade do veículo, o levantamento aponta queda de 39,24%. Segundo informações da NTC, isso demonstra que houve desaceleração do agronegócio, do comércio em geral e de grande parte da indústria.


O transporte de carga farmacêutica foi o que menos sofreu retração nos últimos sete dias. A queda foi de 6,25%. No primeiro relatório divulgado no dia 26 de março, o segmento havia registrado aumento de 0,84% no volume de carga transportada.

Valdivia diz que a queda no setor farmacêutico está relacionada à retração nas vendas de cosméticos. "As pessoas não param de comprar remédio. Mesmo na crise entre 2015 e 2016 a indústria farmacêutica não sofreu impactos", lembra.

O setor de agronegócio apresentou a segunda menor queda do período. Ainda assim a retração foi bem alta, de 14,18%.


O volume de carga transportada para lojas e shoppings foi o que mais sofreu retração. A queda foi de 58,85%. O setor que apresenta o segundo pior resultado é o de embalagens, com queda de 56,36%.

Presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio diz que a situação difícil por causa da necessidade de isolamento. “A NTC está trabalhando em conjunto com todas as entidades parceiras em prol de medidas de apoio ao setor".

Um dos pedidos feitos ao governo é a suspensão da convenção coletiva da categoria. A convenção, para renovar contratos e rever salários, ocorre anualmente em maio.


O objetivo do adiamento é evitar pressão nos custos e manter os empregos, segundo informações da NTC.  As empresas do setor informam que não têm como tratar de negociação salarial neste momento.

O setor também pede ao governo acesso à linhas de crédito com juros menores. O objetivo é renegociar dívidas e dar mais fôlegos às empresas.

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