A japonesas Toyota Motors e a Hino Motors se juntaram para desenvolver um caminhão pesado movido a célula de combustível (Fuel Cell Electric Vehicle). Além de não emitir poluentes, o modelo terá autonomia para rodar até 600 km. Com isso, será focado em operações rodoviárias de média distância.
CURTA O CANAL DO JORNAL DO CARRO NO YOUTUBE
As duas empresas adotaram metas ambiciosas para reduzir as emissões de CO2 até 2050. As leis japonesas determinam que até 2031 a frota circulante no país possa rodar, em média, mais de 25 km com um litro de combustível.
Publicidade
O novo caminhão será feito com base no Hino Profia, que já roda no Japão. O chassi foi projetado para receber o sistema de célula a combustível.
Caminhão tem sistema feito para carro
Um dos desafios da engenharia da marca foi garantir a redução de peso. Na prática, o objetivo é garantir que o novo caminhão tenha boa capacidade de carga.
O protótipo tem duas células a hidrogênio desenvolvidas pela Toyota. O sistema é o mesmo utilizado na segunda geração do Toyota Mirai.
Veículos pesados são normalmente utilizados em transporte rodoviário de médias e longas distâncias. Além de grande autonomia e capacidade de carga, precisam ter sistemas que possibilitem reabastecimento rápido. A Toyota informa que seus veículos com célula a hidrogênio são bastante eficientes.
Toyota aposta no hidrogênio
Toyota e Hino apostam no hidrogênio como uma importante fonte de energia para mover veículos comerciais no futuro. As duas marcas trabalharam no desenvolvimento dessa tecnologia há mais 15 anos.
Os ensaios conjuntos com veículos pesados a hidrogênio começou em 2003. O primeiro projeto foi criado para o desenvolvimento de um ônibus movido a célula de combustível.
A Toyota tem outros projetos conjuntos visando o lançamento de veículos de carga movidos a combustíveis "limpos". Em 2017, a marca fez testes de rodagem nos Estados Unidos com um caminhão Kenworth a célula a hidrogênio. O modelo tinha autonomia de 320 km.
Célula a combustível foi criada há 180 anos
A célula a combustível foi criada na Inglaterra em 1839 por Sir William Grove. A tecnologia não decolou porque naquela época as fontes de energia eram abundantes. E a preocupação com a poluição ambiental simplesmente não existia.
Grosso modo, o sistema transforma energia química em elétrica. Entre as vantagens em relação à energia gerada pela queima de combustíveis fósseis é que não há perdas.
O sistema produz baixíssimo impacto ambiental. Não há vibrações, ruídos, combustão, emissão de material particulado ou gases poluentes.
Baterias são ponto fraco
O principal elemento utilizado nas pilhas a combustível é o alumínio. A vantagem é que esse metal é 100% reciclável. Isso resolve um dos grandes problemas dos elétricos convencionais.
A produção das baterias gera muita poluição. E sua reciclagem é complicada e cara. Outra desvantagem é a reduzida rede de abastecimento. Na Coreia do Sul, por exemplo, que lidera o desenvolvimento desse tipo de veículo, só há 40 postos.