Um Scania L76 de 1971 em excelente estado vem chamando a atenção dos fãs de caminhões nas redes sociais. O modelo ficou famoso após ser premiado durante a edição 2021 da Expoclassic. O evento anual, que ocorre anualmente em Novo Hamburgo (RS), reúne de bicicletas a carros e de caminhões a ônibus clássicos.
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Conhecido como Espingardinha, o cavalo-mecânico foi totalmente restaurado pela Brasdiesel. Fundada em 1957 na cidade da Serra Gaúcha, a empresa importava e prestava assistência técnica aos caminhões Scania importados da Suécia. Porém, em junho de 1964 passou a ser a primeira concessionária da marca sueca no Brasil.
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O Scania L76 pertence à Irapuru Transportes. Vinicius Pellenz é o dono da transportadora. Segundo ele, o Espingardinha foi refeito conforme os padrões da época. Assim, traz todos os equipamentos no padrão original. Bem como a pintura na cor laranja, que ficou famosa e virou uma espécie de símbolo da marca sueca no Brasil.
Scania L76 ficou na ativa até 2016
Segundo Pellenz, que é colecionador de caminhões antigos, outros modelos que estão em sua garagem também vão ser restaurados. Por exemplo, há um Jacaré. Porém, ele não informou qual é o ano de fabricação desta unidade. Da mesma forma, ele não revelou quanto gastou para refazer a restauração do cavalo-mecânico.
Seja como for, o empresário diz que o L76 é o seu xodó. Afinal, trata-se do primeiro caminhão de sua família. De acordo com ele, o Scania deu início ao negócio que se transformaria na transportadora, fundada em 1997. O modelo era usado para transportar autopeças. Segundo ele, o Espingardinha continuou na ativa, em operações internas da empresa, até 2016.
Depois de rodar mais de 3 milhões de km, o caminhão foi aposentado. Daí, foi refeito no centro de restauração da Brasdiesel de Caxias do Sul (RS). Conforme Claudio Padilha, gerente geral da Brasdiesel, o serviço foi feito no centro de restauração da concessionária. Segundo ele, a empresa tem acesso não só aos componentes, mas também aos descritivos de caminhões antigos da marca.
Restauração levou 3 anos para ser concluída
"Temos toda a literatura técnica deste e de outros modelos clássicos da marca. Por exemplo, para refazer a perfuração da cabine e do painel, seguimos a cartilha original", explica Padilha. Pellenz diz que também contou com a ajuda de outros colecionadores para encontrar peças. Segundo ele, na região Sul do País há um grande número de entusiastas por veículos antigos.
No total, o processo de restauração do Scania levou três anos. Foram dois anos apenas no processo de garimpo de peças. E mais um ano para realizar o serviço. "Todas as peças são originais e da época. Só tivemos de reproduzir alguns detalhes", diz Pellenz. Por exemplo, ele cita os cubos das rodas de alumínio. "Queria que o Scania ficasse original e exclusivo", diz o empresário.
Além disso, o modelo recebeu algumas atualizações. Entre os destaques está o banco com sistema pneumático. O item não existia na época em que o Scania L76 foi fabricado. Conforme Pellenz, a ideia era deixar o Espingardinha mais confortável, uma vez que ele será utilizado apenas em passeios. Os bancos têm padrão que remete ao original. Porém, o revestimento agora é de couro.
1971: o ano do Espingardinha
Da mesma forma, a parte mecânica não mudou. Porém, recebeu algumas atualizações, como uma turbina nova, entre outros componentes. Conforme Padilha, há poucas unidades remanescentes do Scania L76 rodando no País. De acordo com ele, o apelido de Espingardinha está ligado ao formado da cabine.
No Brasil, o Scania L76 foi feito apenas em 1971. Porém, nesse breve período o caminhão teve duas versões. A única diferença entre elas é a posição do filtro de ar. Nos primeiros modelos a peça ficava perto da turbina. Porém, foi reposicionada depois. Assim, gerava um som bastante peculiar sobretudo nas trocas de marcha.
Padilha diz que, embora a Brasdiesel seja uma concessionária Scania, seu centro de restauração faz serviços em outros tipos de veículos. Para isso, trabalha com 35 profissionais em dois turnos. De acordo com ele, no projeto do Espingardinha de Pellenz foram necessárias 980 horas de trabalho.
