A falta de semicondutores e de outros componentes derrubou a produção de caminhões no Brasil em abril. No mês passado, as montadoras fizeram 9.483 unidades, ante 13.531 em março. Ou seja, houve um recuo de 29,9% na produção de caminhões. Na comparação com abril de 2021, quando o País fabricou 13.093 caminhões, a queda foi de 27,6%. De acordo com dados da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados na manhã desta terça-feira (10).
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No mesmo sentido, no acumulado de janeiro a abril de 2022 a produção de caminhões caiu 5%. Ou seja, em números absolutos as fábricas fizeram, respectivamente, 43.866 e 46.175 unidades. Segundo o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, três montadoras interromperam a produção em abril por causa da falta de semicondutores.
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Segundo Bonini, a falta de componentes tem sido um grande desafio para a cadeia de suprimentos. Seja como for, a demanda por caminhões novos continua aquecida. “Agronegócio, mineração, construção e comércio eletrônico impulsionam bastante as vendas”, diz.
Falta de semicondutores com dias contados
De qualquer maneira, a falta de semicondutores é um problema pontual. Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, haverá ao menos 29 novas fábricas no mundo nos próximos anos. “Duas delas começam a operar no segundo semestre de 2022. Uma será na Ásia e a outra, na Alemanha.” De acordo com Leite, isso é fundamental para melhorar a capacidade produtiva das montadoras.
Exportações registram sobe e desce
Seja como for, houve alta nas exportações na comparação de abril de 2022 com o mesmo mês de 2021. Assim, em abril deste ano as montadoras instaladas no Brasil enviaram 1.984 unidades a outros países. Conforme a Anfavea, isso representa alta de 5,1% ante os 1.887 caminhões exportados em abril de 2021. Porém, na comparação com os 2.049 veículos exportados em março, houve queda de 3,2%.
De acordo com Leite, a demanda está alta sobretudo em mercados como Chile e Colômbia. Atualmente, os dois países são os principais compradores de veículos feitos no Brasil. “Vivemos um grande momento no mercado de exportação", diz o presidente da Anfavea. Segundo ele, também há sinais de crescimento vindos de outros países. O executivo afirma que isso é fundamental para a indústria.
Produção de ônibus recua em abril
Assim como ocorreu com os caminhões, a produção de ônibus caiu em abril de 2022. Segundo relatório da Anfavea, no mês passado as fábricas fizeram 1.626 unidades, ante 2.421 em março. Na comparação com abril de 2021, quando a indústria produziu 1.872 ônibus, a queda foi de 13,1%.
Porém, na comparação do acumulado de janeiro a abril deste ano com o mesmo período de 2021, a produção cresceu 4%. Em outras palavras, no primeiro quadrimestres deste ano foram feitas 7.328 unidades. No ano passado, por sua vez, foram 7.048, segundo a Anfavea.
De acordo com Bonini, o mercado de ônibus ensaiou uma melhora, mas ainda está em patamar parecido com o de 2021. Assim, a demanda por miniônibus representa 7% do total das vendas. Já a de micro-ônibus representa 16%, urbanos são 29%, fretamento 6% e rodoviário 15%. Além disso, o programa Caminho da Escola é responsável por 27% do total de pedidos.