Mercado

Produção de caminhões cresce 7,3% em agosto

Mesmo com a alta na produção, o ritmo das fábricas ainda está em marcha lenta e, segundo informações da Anfavea, a ociosidade é de cerca de 60%

Aline Feltrin

04 de set, 2020 · 6 minutos de leitura.

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Caminhões
Crédito:Divulgação/Mercedes-Benz

A fabricantes produziram 7.316 caminhões no Brasil em agosto. Esse número representa alta de 7,3% em relação às 6.820 unidades feitas em julho. No acumulado do ano, contudo a queda é de 36,6%. De janeiro a agosto de 2020 foram feitos 48.987 caminhões no País, ante os 77.046 produzidos em igual período de 2019.Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (4) pela Anfavea, a associação que reúne as empresas do setor.

Houve retração de 31,8%, quando saíram das linhas de produção 10.732 veículos. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, a queda foi de 36,6%. Nos oito meses de 2020 foram fabricados 48.874 caminhões. São 28.172 unidades a menos do que as 77.046 fabricadas em igual período do ano passado. Os dados foram divulgados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea.

Mesmo com o crescimento em agosto, a Anfavea informa que as associadas ainda estão adequando a produção às novas demandas. As fábricas foram paralisadas em março por causa da quarentena. A retomada da produção começou em julho, de forma gradual. Vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini diz que as empresas ainda estão “calibrando” a produção.


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“As medidas sanitárias para manter o distanciamento e garantir a saúde dos colaboradores fazem com que haja uma queda significativa de produtividade”, diz Saltini. Segundo o executivo, as fábricas de caminhões estão trabalhando com ociosidade média de 60%.

Na terça-feira (1º), Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, disse que faltou caminhão novo no mercado. O dirigente da federação que reúne as associações de concessionária afirma que isso contribuiu para a queda de 15,23% nos emplacamentos em agosto. Questionado pelo Estradão sobre o assunto, Saltini afirma que faltaram modelos específicos. “Isso requer ajustes (da indústria), porque não tem (o caminhão) disponível e precisa produzir.” Segundo ele, esse é um dos principais desafios a serem superados.


As fabricantes estão focadas em manter os cuidados para preservar a saúde dos colaboradores, de acordo com Saltini. Ele afirma que o setor vem acompanhando o mercado de perto para entender como será daqui para frente. “Queremos ajustar nossa capacidade de atendimento, mas não vamos fazer isso por meio de aumento de estoque. Isso tem um custo alto e ainda não sabemos como o mercado irá se comportar.”

Caminhões pesados puxam produção

Por segmento, os pesados foram os mais produzidos em agosto, com 2.792 unidades. Os semipesados aparecem em seguida, com 2.619. Esses caminhões puxaram a produção porque atendem setores da economia que estão em expansão. É o caso do agronegócio e da construção civil.

A produção de pesados em agosto foi 5,8% superior à de julho (2.638 unidades). O ritmo de fabricação de semipesados ficou estável. Com 2.619 unidades, o segmento registou 17 caminhões a menos que em julho.


A produção de caminhões leves e médios também cresceu em agosto. No mês passado, foram feitos 1.430 leves e 424 médios o País. A alta foi de, respectivamente, 25,7% e 21,5%. Em julho, saíram das linhas de montagem do Brasil 1.138 caminhões leves e 349 médios.

Exportações de caminhões reagem

As exportações de caminhões apresentaram reação em agosto. No mês passado, o Brasil enviou 1.260 unidades ao exterior. O número representa alta de 3,5% ante os 1.217 caminhões exportados em julho. Segundo informações da Anfavea, o aumento está relacionado a contratos que já haviam sido fechados, mas estavam parados.

Em relação a agosto de 2019, contudo, a queda foi de 6,9%. Em agosto do ano passado, a indústria brasileira vendeu 1.353 caminhões para outros países. No acumulado dos oito primeiros meses de 2020, as exportações recuaram 17,8%. De janeiro a outubro, O Brasil exportou 7.276 unidades, ante 8.854 no mesmo período de 2019.


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