A PepsiCo comprou 18 unidades do caminhão Scania a gás. Os cavalo-mecânicos podem ser abastecidos com GNV (gás natural veicular) e/ou biometano. Com isso a empresa montou a maior frota de caminhões movidos a gás do Brasil.
Desde o lançamento da nova opção, a Scania vendeu 23 unidades. O modelo foi apresentado no fim do ano passado, durante a Fenatran. Os modelos são produzidos na fábrica da marca em São Bernardo do Campo (SP).
Na semana passada a Scania entregou as primeiras quatro unidades do caminhão a gás. Dois cavalos-mecânicos R 410 6x2 foram entregues à RN Express e outros dois à Jamed Transportes. Nesta semana, uma unidade foi entregue à Charrua Transporte e Logística.
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A PepsiCo comprou 10 modelos da versão G 340 4x2 e oito R 410 6x2. Esses caminhões serão utilizados nas operações de transporte da empresa de alimentos em todo o território brasileiro.
Diretor sênior de Supply Chain da PepsiCo Brasil, Eduardo Sacchi diz que os novos modelos serão integrados a uma frota que conta com cerca de 2 mil veículos. Esse número inclui veículos leves e pesados com vários tipos de motores. Novos modelos elétricos também estão sendo incorporados à frota e devem entrar em operação em setembro.
"A parceria com a Scania vai ao encontro de nossas metas globais de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na cadeia logística", afirma Sacchi. Ele afirma que os caminhões já haviam sido testados pelos motoristas da empresa. "Comprovamos que esses caminhões oferecem redução significativa da emissão de poluentes, menor nível de ruído e ótima performance."
Scania a gás ajudará PepsiCo a reduzir emissões
A meta global da PepsiCo é reduzir em 20% as emissões de poluentes de sua cadeia logística até 2030. Com 1.900 rotas, a operação da empresa no Brasil é a sexta maior do mundo.
Segundo informações da empresa, o caminhão a gás da Scania apresentou redução média de 15% no volume de emissões de CO2. No caso de NOx, a redução chegou a 97%. Sacchi afirma que durante o período de avaliação, o caminhão a gá chegou a apresentar redução de 25% nas emissões de CO2. Outro ponto favorável é que os motoristas avaliaram a performance do caminhão a gás igual a dos veículos a diesel.
Na média geral a redução do consumo de combustível foi de 20%. "Isso demonstra que investir em sustentabilidade não está diretamente atrelado ao aumento de custos. Ao longo da operação teremos redução de custo", acrescenta o diretor da PepsiCo.
Caminhões elétricos para a logística urbana
Em março deste ano, a empresa incluiu em sua frota 10 caminhões elétricos com PBT (Peso Bruto Total) de 8 toneladas. Eles vão atuar na distribuição dos produtos da divisão de salgadinhos a comércios de pequeno e médio portes. O modelos eleitos são da JAC Motors, o iEV 1200T. Ele é equipado com baterias de 97 kWh que garantem autonomia para rodar até 250 km com uma carga.
A PepsiCo e a Sunew, empresa brasileira que produz tecnologia de terceira geração de energia solar, se uniram para o desenvolvimento de um projeto de energia solar pioneiro para caminhões de distribuição. A Sunew iniciou a instalação de Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV) em 10 veículos da frota de distribuição da PepsiCo em um projeto piloto, que fará a gestão da recarga da bateria dos veículos e do seu sistema de iluminação. O plano é expandir a solução de energia limpa para toda a frota da companhia e, no futuro, seguir com experimentos que possam auxiliar também o motor dos veículos a partir desta tecnologia.
Os caminhões a gás da Scania começam a chegar na operação da PepsiCo a partir da segunda quinzena de agosto.
Scania tem metas globais para reduzir poluentes
O vice-presidente de operações comerciais da Scania, Roberto Barral, avalia que rentabilidade e sustentabilidade andam lado a lado. E os embarcadores e transportadores já compreendem isso.
"Há quatro anos a Scania assumiu o compromisso de liderar a transição do setor de transporte para um setor muito mais sustentável. E a Scania tem cumprido suas metas de contribuir para que o aquecimento global não passe de 1,5 graus Celsius conforme o Acordo de Paris", completa Barral.
O Acordo de Paris é um tratado feito entre mais de 200 países, entre eles o Brasil. Ele rege medidas, a partir de 2020, de redução de emissão de gases. O objetivo é conter o aquecimento global abaixo de 2°C, preferencialmente em 1,5°C.
Barral salienta que com isso a marca quer reduzir em 50% as emissões de CO2 em suas operações até 2025. E em abril deste ano, a fabricante adicionou outra meta sustentável. Reduzir 20% o CO2 emitido em seus produtos até 2025. "90% das emissões de poluentes ocorrem depois que os nossos produtos estão em operação. Por isso essa parceria com a PepsiCo significa muito para a Scania", acrescenta Barral.
O VP diz ainda que não existe apenas um modelo sustentável e cada país adotará as tecnologias que melhor se encaixam em sua realidade. Para o Brasil, a realidade é o caminhão movido a GNV e biometano. Mesmo porque provou emitir menos poluentes.
Custo operacional do Scania a gás é reduzido
O diretor de vendas da Scania, Silvio Munhoz revela que o Scania GNV e biometano comprovou ter o custo por km rodado 7% menor em operações severas, como as off-road onde o veículo está sendo testado. Nas atividades rodoviárias o caminhão mostrou redução de 17%.
Os caminhões pesados Scania movidos a gás natural veicular (GNV) ou biometano são vocacionados para médias e longas distâncias. Seus motores são Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos.