A fabricante de caminhões elétricos Nikola Motors perdeu uma venda 2.500 veículos para Republic Service. Os caminhões seriam utilizados no transporte de lixo.
O motivo do cancelamento da compra pode estar relacionado aos altos custos de desenvolvimento dos caminhões elétricos. As informações são do site Autotimesnews.
Segundo analistas, o cancelamento também pode estar ligado à divulgação de um relatório feito pela Hindenburg Research. Conforme o documento, a Nikola mentiu sobre o progresso no desenvolvimento da tecnologia de células a combustível.
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Os caminhões têm motores elétricos. E a eletricidade que alimenta os propulsores é gerado por um sistema de células a hidrogênio. Assim como a energia enviada às baterias.
Caminhões elétricos da Nikola sob suspeita
O relatório da Hindenburg Research foi divulgado no fim de 2020. E aponta que o anúncio do lançamento do caminhão elétrico Nikola One, feito em 2019, era uma farsa.
Além disso, segundo o documento, os motores a célula a combustível só existiam no papel. Os representantes da Nikola Motors não conseguiram comprovar as especificações técnicas. Tampouco mostraram protótipos que confirmassem o desenvolvimento da tecnologia.
Fundador e CEO da empresa, Trevor Milton não conseguiu refutar as acusações. Com isso, ele acabou confirmando que havia fraude em relação aos caminhões elétricos.
CEO se afastou da companhia
No fim, Milton acabou deixando a empresa. Logo, o preço das ações da Nikola caíram 11%. Ou seja, o valor de face passou a ser de US$ 15,36. Para comparação, em junho o valor chegou aos US$ 80.
No entanto, a companhia vem tentando mudar sua imagem. Assim, informou que o tempo necessário para o desenvolvimento do caminhão elétrico será maior que o previsto. Além disso, surgiram custos inesperados.
Como resultado, a Republic Service desistiu do negócio. As informações são da assessoria de comunicação da Nikola Motors.
Nikola também perdeu vendas para a GM
De maneira idêntica, a Nikola perdeu um contrato firmado com a General Motors. As duas perdas ocorreram em um intervalo de menos de 30 dias.
As empresas tinham um contrato de desenvolvimento de uma picape elétrica. O modelo, batizado de Badger, também seria movido a célula a hidrogênio.
No entanto, nem os representantes da Nikola nem os da GM revelaram o motivo do cancelamento. A GM devolveu o valor do sinal pago pelos clientes que compraram a picape. O veículo já estava sendo oferecido por meio de um programa de pré-venda.
Além disso, tudo indica que a Nikola interrompeu a produção da Badger. Inclusive, a empresa tirou do ar as informações sobre o modelo em seu site.
Nikola tem Briga com Tesla por caminhões elétricos
Seja como for, não é a primeira vez que a Nikola se envolve em polêmicas. Em 2020, a empresa processou a Tesla. Na ação, acusou a rival de violação de patentes de seu caminhão, One.
No mais recente lance dessa disputa, a Tesla perdeu. Além disso, teve negado um pedido de revisão da patente da porta lateral do One. O processo corre na Justiça dos Estados Unidos desde 2018.
Segundo a Nikola, o Semi teria peças com desenho copiado do One. Em 2019, a Tesla pediu revisão da patente da porta lateral do caminhão da rival.
Mas o Escritório de Marcas e Patentes dos EUA recusou a solicitação. Por fim, o órgão informou que não havia razão para derrubar a patente.