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Montadoras admitem produção de caminhões e ônibus menor em 2022

Indústria de caminhões e ônibus reduz em 14 mil unidades a projeção para 2022 por causa da falta de semicondutores e de outros insumos

Aline Feltrin

08 de jul, 2022 · 5 minutos de leitura.

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Produção de caminhões e ônibus
Crédito:Daimler/Divulgação

A produção de caminhões e ônibus deverá atingir 178 mil unidades até dezembro. Essa é a nova projeção da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgada na manhã desta sexta-feira (08). O número ficou abaixo das 192 mil unidades previstas no começo do ano. Ou seja, agora a expectativa é produzir 14 mil a menos. De qualquer maneira, a maior parte desse número, ou seja, 129 mil, diz respeito à produção de caminhões.

Assim, a falta de semicondutores e de insumos impactaram diretamente no ritmo da produção. E trazem consequências para o desempenho anual. De acordo com o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, no primeiro semestre três fábricas de caminhões precisaram paralisar suas linhas por falta de insumos. "Ao todo foram 41 dias sem produção", disse.

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Primeiro semestre em queda

Seja como for, os dados da Anfavea mostram que de janeiro a junho as empresas fabricaram 71,8 mil caminhões e ônibus. Assim, a indústria produziu 3,9% a menos do que as 74,7 mil unidades em igual período de 2021. Segundo Bonini, "as fábricas enfrentaram importantes desafios logísticos para atender os pedidos durante o semestre". Mas, apesar da falta de insumos, a demanda está alta. Sobretudo para caminhões voltados para o agronegócio. "É por isso que o segmento de pesados representou 50% da produção", pontua Bonini.

27 mil para vendas externas

A Anfavea também jogou para baixo a expectativas de exportações de veículos pesados. Agora, a previsão é vender 27 mil para outros países até o fim do ano. Ou seja, 2 mil a menos que o previsto. O recuo está relacionado aos desafios logísticos, da falta de semicondutores e de insumos. Dessa forma, de janeiro a junho deste ano as montadoras venderam 11,1 mil caminhões e ônibus para outros países. Assim, o volume foi 3,8% superior as 10,7 mil unidades que a indústria comercializou em igual período do ano passado.

Mesmo com a projeção menor para o ano, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite disse que o grande desafio da indústria daqui para frente é aumentar sua participação nos países onde atua. "Temos tecnologia e investimentos relevantes focados na exportação também", esclareceu.


Ônibus ensaia recuperação

Apesar das dificuldades logísticas para manter o ritmo da produção, as fábricas de chassis de ônibus esboçaram reação pela primeira vez após o início da pandemia de Covid-19. Assim, o levantamento da Anfavea mostra que de janeiro a junho, o Brasil fabricou 13.331 ônibus. Ou seja, 29,1% a mais do que as 10.324 unidades do ano passado.

Gustavo Bonini explica que o aumento demonstra o início de uma recuperação deste setor que foi um dos mais afetados durante a pandemia. "Em dois meses seguidos contabilizamos 3 mil unidades produzidas e isso impactou no crescimento semestral", diz.

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