O preço do frete ficou 13,9%, em média, defasado no Brasil em 2020. Além disso, 70% dos serviços contratados foram pagos com atraso de, pelo menos, 36 dias. Os dados são da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).
Ao mesmo tempo, a inflação dos custos de operação ficou acima da média oficial. Ou seja, subiu 9,43% para cargas fracionadas. E 7,15% para lotações ou fechadas.
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Além disso, o preço do diesel disparou. Sobretudo nos últimos meses. Vale lembrar que o combustível representa cerca de 50% dos custos operacionais de um bitrem, por exemplo.
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As empresas do setor reajustaram o preço do frete, em média, 1% para baixo em 2020. Segundo a NTC&Logística, assim o valor pago foi reduzido.
Minoria reajustou preço do frete para cima
De acordo com a NTC&Logísitca, a maioria das empresas (41,4%) não mexeu no preço do frete em 2020. Ao mesmo tempo, 30,8% concederam desconto médio de 7,9%.
E a minoria (27,8%) reajustou o para cima. Nesse sentido, o aumento médio foi de 5,3%.
Assessor Técnico da NTC, Lauro Valdivia diz que a pandemia causou uma mistura da queda da demanda e aumento de custo. “Muitos transportadores não conseguiram reajustar os fretes. E isso comprometeu bastante o caixa das empresas.”
Reajuste deve ser preocupação de todos
Além disso, a maioria dos transportadores não é remunerada adequadamente. Sobretudo em relação aos serviços adicionais e também aos complementares.
Segundo Valdivia, o alerta para a inflação acima da oficial é vital para preservar a saúde financeira das transportadoras. E, desta forma, também garantir a capacidade de novos investimentos.
“A recomposição pelo repasse da alta dos custos ou a eliminação das defasagens é importante para o transportador", afirma o especialista. De acordo com ele, essa deve ser uma preocupação também do contratante.
"Isso para manter a regularidade e a qualidade do serviço", explica. Segundo ele, outra vantagem é a garantia da segurança das operações.