A Euro 7, próxima etapa do programa europeu de redução de emissões, entra em vigor em 2031 para caminhões e ônibus. Inicialmente, a regra valerá apenas paras os países da Europa. Além disso, a nova, e mais rígida, fase do plano começa pelo segmento de veículos comercias leves, em 2030. Em seguida, abrangerá também os automóveis. O Jornal Oficial da União Europeia publicou as regras e cronograma.
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Na sexta-feira (12), ministros de todos os Estados membros da União Europeia ratificaram a decisão. Assim, o novo regulamento passa a valer 20 dias após a data de aprovação. Porém, prevê um período de quase sete anos para preparação. Ou seja, a partir de 1º de janeiro de 2031.
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Segundo as novas regras, a Euro 7 valerá para caminhões com peso bruto total (PBT) superior a 3,5 toneladas. No caso dos veículos comerciais leves, a norma abrangerá tanto modelos para transporte de passageiros quanto de carga. Ou seja, inclui vans e furgões, por exemplo.
Norma Euro 7 é ainda mais rígida
Assim como nas fases anteriores, a nova norma será ainda mais rígida que a atual. Portanto, a Euro 7 vai além das emissões de poluentes geradas pelos motores. Dessa forma, estabelece limites também para as emissões de partículas produzidas pelo desgaste de freios e pneus, por exemplo. Nesse sentido, vai exigir estes ainda mais rigorosos. E que deverão ser feitos não em laboratórios, mas em operações reais.
Portanto, promete sistemas de retenção de emissões mais eficientes. Porém, eles serão mais complexos e, certamente, mais caros. Assim, dá para afirmar que os preços dos veículos vão subir. Seja como for, a Euro 7 inclui veículos elétricos. Segundo as novas regras, as fabricantes vão ter de detalhar, por exemplo, informações sobre as baterias. Ou seja, como resistência e desgaste em relação à idade e quilometragem.
Europa foca caminhões elétricos
Com a Euro 7, será cada vez mais complexo o desenvolvimento de motores a combustão. Afinal, atingir as novas metas sem eletrificação é praticamente impossível. Dessa forma, a União Europeia atua para ampliar a oferta de veículos eletrificados. Com isso, a lei determina que em 2030 as emissões de CO₂ sejam 45% menores em relação às regras de 2019.
Além disso, até 2035 a redução, já com a introdução da Euro 7, deve chegar a 65%. Mais adiante, em 20404. a redução ante 2019 deve chegar a 90%. Porém, isso só vai ser possível com o avanço da oferta de caminhões elétricos. As novas regras valem para caminhões com PBT superior a 7,5 t.
Entretanto, há exceções. É o caso de caminhões vocacionais, como os utilizados em operações de madeireiras, construção civil e mineração. Assim como caminhões dos Exércitos dos países do bloco. Com isso, deve trazer forte impacto para a indústria. Depois, para o consumidor, uma vez que os veículos ficarão mais caros.
Para fabricantes, momento não é bom
Assim, a aprovação da Euro 7 foi recebida com resistência pelas fabricantes de veículos comerciais. Afinal, a introdução de novas tecnologias requer grandes investimentos. Aliás, executivos de grandes fabricantes chegaram a protestar contra a medida. O CEO do Grupo Iveco, Gerrit Marx, por exemplo, diz que o setor passa por um momento complicado.
De acordo com ele, é "complicado" discutir soluções para os novos padrões Euro 7 e, ao mesmo tempo, trabalhar na eletrificação. Seja como for, várias delas já desenvolvem soluções como célula a hidrogênio. O seja, voltada para caminhões rodoviários que atam em rotas de longas distâncias.
Impacto da Euro 7 no Brasil
Assim como ocorreu com a Euro 6, a nova fase deve demorar a ser adotada no Brasil. Vale lembrar que a regra atual entrou em vigor na Europa em 2013. Porém, só passou a valer no País em 2022. Ou seja, nove anos depois. Assim, a expectativa é de que o intervalo para a chegada da Euro 7 seja parecida.
Dessa forma, a Euro 7 para caminhões não deve ser adotada no Brasil antes de 2040. Seja como for, assim como na Europa a grande preocupação da indústria brasileira é o aumento dos custos. Portanto, não é exagero dizer que a chegada da nova regra do País pode demorar ainda mais que as anteriores.
