Planejar a compra e ter disciplina financeira são as maiores vantagens do consórcio na expansão e renovação da frota de caminhões. Criada no Brasil na década de 1960, a modalidade continua em alta até hoje. Porém, antes, era uma opção restrita aos grandes frotistas. Mas, recentemente, popularizou-se também entre os médios e pequenos transportadores.
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Conforme levantamento da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios, a ABAC, há maior equilíbrio atualmente entre pessoas físicas e jurídicas que adquirem um consórcio. Em números, a venda para pessoas jurídicas representa de 52,4% do total, enquanto profissionais autônomos já são 47,3% dos compradores. O grupo de "outros", que inclui cooperativas, por exemplo, responde por 0,3%.
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Mesmo assim, entre as modalidades de pagamento para adquirir um caminhão novo, o consórcio representa apenas 5% das opções escolhidas. Segundo números do Banco Central, é um percentual miúdo na comparação, por exemplo, com as linhas de financiamento, como o Finame, do BNDES, e o CDC, que juntos respondem por 39% das vendas a crédito no País.
Consórcio não cobra juros
Especialistas em finanças afirmam que o consórcio oferece, por exemplo, a possibilidade de um planejamento financeiro a longo prazo. Além disso, diferentemente dos financiamentos, a operação não cobra juros - paga-se apenas as taxas administrativas. A modalidade ainda oferece acesso ao crédito integral desde o início. Por fim, os participantes têm acesso a sorteios mensais e podem oferecer lances para obter a contemplação antecipada do bem.
Uma espera longa pelo caminhão
Seja como for, o processo de contemplação pode levar algum tempo, especialmente se o participante depender exclusivamente dos sorteios mensais. Isso significa que a aquisição do bem pode demorar (bem) mais do que em outras formas de financiamento. Conforme a ABAC, o tempo médio dos grupos de consórcio é de 100 meses, mas há alguns que podem chegar a 120 meses. Assim, um consórcio de caminhão pode durar até 10 anos.
Outro ponto negativo é que, ao contrário de investimentos tradicionais, como poupança ou aplicações financeiras, o dinheiro pago mensalmente em um consórcio não gera rendimentos diretos para o consorciado. Além das parcelas mensais, alguns consórcios podem envolver taxas administrativas, fundo de reserva e seguro, o que eleva o custo total da transação. E se o consorciado deixar de pagar as parcelas, ele pode ser excluído do grupo e perder os valores pagos.
Como funciona o consórcio?
Um consórcio de caminhões funciona assim: um grupo de pessoas se une para formar um consórcio. Cada participante escolhe o valor do crédito desejado e concorda em contribuir mensalmente com uma parcela para o fundo comum.
Esse consórcio é administrado por uma empresa especializada, a administradora de consórcios. Essa empresa organiza as assembleias, gerencia os recursos do fundo comum, realiza sorteios e recebe lances dos participantes. Estes pagam as parcelas, que vão para o fundo comum. Calcula-se o valor mensal com base no montante total e no prazo escolhido (veja a simulação abaixo).
A cada assembleia mensal, os participantes têm a chance de serem contemplados de duas maneiras: sorteios aleatórios e lances voluntários de antecipação de pagamento. Quem oferece o maior lance recebe a contemplação. Assim, quando um participante é contemplado, ele recebe o direito de utilizar o crédito para adquirir o caminhão desejado. E, após a contemplação, continua contribuindo com as parcelas até o final do prazo do consórcio.
Após a contemplação, o participante pode utilizar o crédito e a administradora de consórcios auxilia na documentação e na transferência do bem para o nome do contemplado.
Simulação de parcela mensal de consórcio de caminhão
- Valor do veículo: R$ 700.000,00
- Prazo: 100 meses
- Taxa mensal: 0,15%
- Parcela inicial: R$ 8.050,00
Fonte: ABAC