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Colecionador de Scania V8 compra 1º S 770 do Brasil por R$ 1,6 milhão

Primeiro Scania S 770 do País foi comprado pelo dono da Zaqueu Transportes, tem vários itens exclusivos e não vai ser usado para carregar carga

Andrea Ramos

19 de nov, 2022 · 8 minutos de leitura.

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Maior colecionador de Scania V8 compra o primeiro S 770 do Brasil por R$ 1,6 milhão
Maior colecionador de Scania V8 compra o primeiro S 770 do Brasil por R$ 1,6 milhão
Crédito:Andrea Ramos/Estadão
Maior colecionador de Scania V8 compra o primeiro S 770 do Brasil por R$ 1,6 milhão

A Zaqueu Transportes, empresa de Mato Grosso que atua no transporte de grãos, é uma das principais clientes da Scania no Brasil. Assim, ao menos 50% de sua frota de 160 caminhões é de modelos da marca sueca. Além disso, o dono da transportadora, Zaqueu Monteiros, é apaixonado pelos Scania com motor V8. De acordo com o empresário, ele mantém dez diferentes versões desse caminhão. Assim, Monteiros é considerado como o maior colecionador de caminhões Scania V8 do País.

Ou seja, embora os caminhões da coleção fiquem na garagem da transportadora, não são utilizados para trabalhar. De acordo com Monteiros, eventualmente ele sai com algum desses modelos para dar uma volta. Bem como participa de eventos com eles. Aliás, o mais recente integrante da coleção é o novo Scania S 770. O empresário é o dono do cavalo-mecânico que ficou exposto no estande da marca sueca na Fenatran 2022.

A primeira unidade do modelo a chegar a País foi arrematada por Monteiros por R$ 1,6 milhão. Segundo a Scania, o V8 do S 770 já está em conformidade com o Proconve P8. Ou seja, as novas normas de controle de emissões de poluentes por veículos pesados que passam a valer em 2023. Seja como for, o V8 de 16 litros gera potência de 770 cv e torque de 377,5 mkgf. Ou seja, é mais potente oferecido em um caminhão feito em larga escala do mundo.


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Maior colecionador de Scania V8 compra o primeiro S 770 do Brasil por R$ 1,6 milhão
Scania S 770 de Monteiros tem mesa retrátil onde é possível trabalhar ou fazer refeições

Paixão pelo Scania V8

Segundo Monteiros, alguns detalhes em seu Scania S 770 são exclusivos. As cores verde militar e amarela clara estão entre os itens que a Scania não poderá oferecer a outros clientes. Conforme o empresário, sua paixão pelos Scania V8 é tão grande que ele tatuou o símbolo da marca nas costas. Além disso, o primeiro caminhão da coleção é um bicudo T 143 de 1991, cujo motor gera 450 cv.

“Sempre gostei de motores fortes e a empresa transporta grãos em rodotrem", diz o empresário. De acordo com ele, as composições carregam 74 toneladas. Foi assim que ele conheceu a linha V8 da Scania. Porém, ele conta que, como os motores menores ficaram mais potentes, ele tem poucos V8 na operação. "Agora só coleciono essas máquinas”, conta.


De acordo com Monteiros, esses caminhões são conduzidos pelos melhores motoristas da empresa. “São modelos raros. Além disso, proporcionam ótima performance se o motorista souber operar. Por isso, essas unidades ficam reservadas aos melhores”, afirma o empresário.

Seja como for, o novo Scania S 770 do empresário não vai ser utilizado no dia a dia. Porém, Monteiros conta que quer engatar um rodotrem carregado e dar umas voltas com o caminhão. "Para sentir a desenvoltura dele", afirma.

Maior colecionador de Scania V8 compra o primeiro S 770 do Brasil por R$ 1,6 milhão
A bordo, o S 770 traz acabamentos exclusivos à linha V8, como o volante de couro com costura vermelha

História do V8 no Brasil

No IX Salão do Automóvel de São Paulo, em 1974, a Scania lançou o LK 140. Assim, o modelo inaugurou no Brasil a série que ganharia o apelido de cara chata. A novidade tinha motor V8 de 14 litros, o primeiro oferecido no mercado brasileiro. De acordo com a Scania, foram vendidas 500 unidades. 

Depois disso, em 1978, a Scania lança o LK 141. A segunda geração do V8 ganhou 7% a mais de potência e 19% a mais de torqueAlém disso, a marca informa que, em relação ao motor do LK 140, o consumo era até 7% menor. O novo modelo também brilhou nas telinhas. Era o caminhão guiado por Pedro, personagem de Antônio Fagundes, e Bino (Stênio Garcia) na série TV Carga Pesada, da TV Globo. 

Em seguida, em 1981, a Scania lança os primeiros caminhões programados de fabricação nacional. Ou seja, a Linha T, Série 2, que substitui a Linha L, conhecida como jacarés. Em outras palavras, a marca iniciou no Brasil o processo de fabricação de caminhões adquiridos por encomenda.


Em novembro do mesmo ano, foi lançada a Linha R, para substituir a LK, lançada em 1975. O italiano Giorgio Giugiaro, um dos mais famosos projetistas de carros do mundo, assinou o desenho das linhas R, cara chata, e T, com cabine avançada. Ou seja, cabine cara chata e avançada - esta tinha opção V8.

Uma pausa

Maior colecionador de Scania V8 compra o primeiro S 770 do Brasil por R$ 1,6 milhão
Zaqueu Monteiros fará alguns poucos passeios com o S 770

Porém, em 1994 a Scania encerra a produção no Brasil de caminhões com motores V8. Contando a fase de testes e implementação da linha de montagem, essa história durou 22 anos. Depois, em 2001, a série especial Rei da Estrada marcou o retorno dos V8 ao País. Entre os destaques, o motor tinha injeção eletrônica e potência de 480 cv.


Em 2011, a Scania lança o R 620, cujo V8 estava em conformidade com as novas regras do Euro 5. O então caminhão mais potente do Brasil tinha 620 cv. Além dele, a marca oferecia uma opção mais, digamos, mansa, com 560 cv.

Em 2014, a Scania passa a oferecer o R 620 por meio do Finame. Agora, a novidade da marca é o motor V8 que atende as regras do Proconve P8, ou Euro 6. Além da versão de 770 cv, como a do caminhão de Monteiros, há também a de 660 cv.

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