Lukas von Wartburg é um empresário de transporte suíço e apaixonado por caminhões Scania. Mas ele também curte uma boa música. Fã do Prince, lendário músico norte-americano, o transportador resolveu homenagear o músico, morto em 2016.
Assim, unindo as suas duas paixões, von Wartburg eternizou o cantor no seu caminhão de trabalho, um Scania R 650 V8. O tema, claro, foi o maior sucesso de Prince, Purple Rain (Chuva Púrpura). Portanto, a arte do caminhão fez alusão à canção. Na pintura, púrpura é a cor entre magenta e violeta, e todos os seus tons.
Todavia, vale ressaltar que o R 650 foi eleito o caminhão de trabalho de von Wartburg por muitos anos. Portanto, um veículo de valor sentimental. O atual empresário, quando ainda era um motorista autônomo, viajava a bordo do seu Scania V8. Partia de Gelfingen, no cantão de Lucerna, sua cidade de origem, com destino a outros países da Europa.
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Como empresário, von Wartburg não dirige caminhão com frequência, já que tem de administrar sua pequena transportadora. Porém, assim que o Scania V8 ficou pronto, tudo que von Wartburg queria era viajar no R 650. Assim, mostrar a obra de arte sobre as rodas do seu cavalo-mecânico trucado.
O supertruck Scania R 650
Apesar de se tratar de um caminhão antigo para os padrões europeus, fabricado em 2016, ele está bem conservado. Na época em que comprou o caminhão, Lukas von Wartburg fez questão de pedi-lo com caixa manual. E diante de tanta insistência, a Scania atendeu ao seu pedido.
Além de ser um dos poucos caminhões rodoviários com câmbio manual, segundo o empresário, "permite que os sons do escapamento do V8 sejam compostos com mais precisão".
O motor DC 16 está acoplado em um bloco V8, de 16,4 litros cuja taxa de compressão é de 22:1. Trata-se de um motor que desenvolve 650 cv a 1.800 rpm de potência, e torque de 337 mkgf entre 950 e 1.400 rpm. Ademais, a cabine S é a cereja do bolo. Trata-se do maior habitáculo da Scania. Com 3.690 mm de altura.
A preparação do R 650
O caminhão foi preparado pela empresa Steve's Place de Noordwijkerhout, na Holanda. Na pintura original, tratava-se de um Scania preto, atrelado a uma carreta baú tradicional de três eixos. A primeira mudança foi a instalação de chapas metálicas que envolvem o cavalo-mecânico. Dessa forma, foi possível cobrir o tanque, bem como a caixa de armazenamento e as chapas de proteção contra impacto do implemento.
Assim, deixaria o desenho mais harmonioso para quem o visse da estrada. Sem falhas causadas por algum espaçamento. Depois de pintadas as chapas que remetem saias laterais, os designers trabalharam no semirreboque. Aliás, a pintura feita à mão livre, em stencil, começou pelo implemento com plataforma elevatória dobrável.
A pintura foi realizada pelo casal holandês Marcel e Willeke Timmer, que levaram 22 semanas para completar a obra. Os artistas usaram a pintura em aerógrafo. Mas também misturaram a técnica de aplicação de folha de ouro processada e aros anodizados, gravados à mão e selados com verniz fosco.
Inspiração
De acordo com os artistas, a inspiração para essa miscelânea de técnicas levou em conta a vida do próprio Prince. Além de cantor, era compositor, produtor e ator. Além de multi-instrumentista, transitou entre o rhythm and blues, funk, soul, pop, rock e jazz.
Do mesmo modo, a vida pessoal do artista também foi levada em consideração. Prince Rogers Nelson nasceu em 1958. Era filho de pai músico, precisamente um pianista de jazz. Apesar de o instrumento ter influenciado o cantor, foi na guitarra que ele achou o seu real talento.
Sua ascensão ocorreu em 1984, quando protagonizou o filme Purple Rain e compôs a música de mesmo nome. O que lhe rendeu um Oscar de melhor música original, em 1985.
Ademais, na parte interior da cabine também predomina o roxo. Nesse sentido, as roupas que o artista usava nos shows inspiraram a escolha do tecido para o estofamento dos bancos e da cama. Já as luzes de LED azuis no teto e no assoalho do caminhão, segundo von Wartburg, remetem aos espetáculos de Prince nos palcos.
