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Anfir quer que BNDES facilite crédito para compra de implementos

A Anfir registrou queda de 13% no setor de implementos no primeiro quadrimestre do ano. E com receio de o setor ser ainda mais prejudicado pela crise ocasionada pela pandemia, entidade pede apoio ao BNDES

Redação

19 de mai, 2020 · 6 minutos de leitura.

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Anfir pede ajuda do BNDES para enfrentar crise
Crédito:Anfir/Divulgação
Anfir pede ajuda do BNDES para enfrentar crise

A Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) pediu que BNDES ajude a reativar os negócios do setor. A associação solicitou ao banco que simplifique o processo de liberação de crédito para interessados na compra de equipamentos. Segundo a entidade, no modelo atual de atuação os clientes enfrentam muitas dificuldades para obter linhas de financiamento.

De acordo com a Anfir, isso tem prejudicado ainda mais o setor no atual momento. A queda no volume de negócios nos quatro primeiros meses do ano foi de 13%. A associação teme que a situação se agrave ainda mais por causa da covid-19.

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Segundo executivos das fabricantes, o sistema financeiro exige muitas garantias para liberar crédito ao consumidor. E o setor não tem bancos próprios, como ocorre com as montadoras. Por isso, os clientes estão enfrentando dificuldades para obter linhas de crédito.

“Os bancos comerciais não querem emprestar por receio de inadimplência", diz o presidente da Anfir, Norberto Fabris. Ele afirma que isso é resultado da grande queda do PIB.

Fabris diz que o setor não está pedindo um novo PSI. Ele se refere ao  Programa de Sustentação do Investimento, que foi estabelecido por lei e oferecia juros subsidiados. De acordo com ele, a entidade está pleiteando mais facilidade na hora de o consumidor obter crédito.


Para o executivo, programas como o PSI geram graves distorções na economia. Segundo ele, nesse tipo de solução gera uma conta muito alta a longo prazo. "O Brasil aprendeu que o dinheiro que parecia barato custou muito caro”, diz.

Para a Anfir, é importante que banco estude novas soluções. A entidade pede que o processo para obtenção de crédito seja desburocratizado nos agentes financeiros que operam as linhas do BNDES.

Diretor de participações, mercado de capitais e crédito indireto do BNDES, Bruno Laskowsky diz que as tratativas por parte do governo federal estão avançadas. Segundo ele, em breve será publicada uma Medida Provisória que regulará um fundo garantidor especial, batizado de FGI.


O objetivo é servir como garantia para as operações dos agentes financeiros parceiros do BNDES. O FGI vai englobar todas as operações de crédito feitas pelas operações indiretas do BNDES. O resultado será uma linha de crédito estimada em cerca de R$ 100 bilhões.

Setor de implementos rodoviários teme que, sem crédito, a indústria volte a patamares do período da crise econômica entre 2015 e 2016

Para Anfir, Brasil retrocedeu a 2015

O volume de emplacamentos de implementos rodoviários despencou no País. De janeiro a abril, foram licenciadas 30.878 unidades. Esse número representa queda de 13,4% ante os 35.649 emplacamentos do primeiro quadrimestre de 2019.


"A queda só não foi maior porque o setor vinha desenvolvendo uma sólida carteira de clientes antes da pandemia", explica Fabris. Ele acrescenta: "A indústria estava no ritmo pós-crise, com planos de recuperação sendo implementados”.

O executivo informa que os números acumulados em 2020 são semelhante aos registrados em igual período em 2015. Ele lembra que aquele foi o pior ano da crise vivida pelo setor. Na ocasião, foram emplacados 30.499 implementos rodoviários no mercado brasileiro.

Segundo o executivo da Anfir, com crédito disponível para o cliente a situação deverá voltar a normalidade gradativamente. A suspensão da quarentena em alguns municípios indica que a atividade econômica tem tudo para ser retomada.


Exportações

A Anfir está intensificando as ações de ampliação das exportações de implementos rodoviários. O programa tem como meta promover as vendas brasileiras destes produtos, fortalecendo a imagem do Brasil como fabricante de bens de capital e fornecedor de tecnologia.

A principal forma de atuação é por meio de ações de promoção comercial. Como muitos eventos foram cancelados em razão da pandemia, a entidade prevê rodadas de negócios virtuais.

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