A Toyota registrou recentemente a Hilux Stout por completo no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), como revelou a Autoesporte. O registro chama a atenção, mas ainda não indica que a picape será vendida no Brasil.
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A prática de registrar nomes, marcas ou desenhos industriais no INPI é comum entre montadoras. Ao proteger juridicamente o produto, a empresa evita que concorrentes registrem projetos semelhantes ou que terceiros se antecipem ao registro local. Além disso, esse tipo de ação pode fazer parte de um planejamento de longo prazo, visando futuras possibilidades de lançamento ou até testes de mercado. Em muitos casos, as fabricantes registram veículos que acabam nunca sendo comercializados.

Apesar do novo registro, fontes da Toyota consultadas pelo Estradão indicam que o modelo ainda não faz parte dos planos da empresa para o Brasil. Os principais obstáculos são o custo elevado de produção na Argentina — país considerado candidato à fabricação do modelo —, bem como o fato de a Hilux Stout ter sido projetada com foco nos mercados da Ásia. Todavia, a formalização do projeto no INPI é o primeiro passo para uma eventual introdução do veículo no País.
Hilux Stout tem proposta de baixo custo
A Hilux Stout estreou em novembro de 2023 na Tailândia, onde é produzida pela Toyota Daihatsu Engineering & Manufacturing (TDEM). O projeto surgiu com a proposta de oferecer uma picape robusta e acessível, voltada ao trabalho pesado. O visual deriva do conceito IMV 0, apresentado em 2022, e a construção prioriza simplicidade e economia de produção.

Em 2024, o modelo chegou ao Peru, marcando sua primeira incursão fora do mercado asiático. Lá, a Toyota comercializa a versão 4x2 C/S Chassis 2GD, equipada com motor turbodiesel 2.4 de 150 cv e câmbio manual de cinco marchas. A tração é traseira e a capacidade de carga é de até uma tonelada. O preço inicial no mercado peruano gira em torno de 75.550,98 soles — pouco mais de R$ 120 mil.
Além da Tailândia e do Peru, a Toyota também vende a Stout sob outros nomes. O modelo se chama Hilux Champ na Tailândia, Hilux Rangga na Indonésia e Hilux Tamaraw nas Filipinas. Todos compartilham a mesma plataforma da Hilux convencional, embora a TDEM tenha redesenhado a parte traseira do chassi para permitir a instalação de diferentes tipos de caçambas e implementos.

Produção regional segue em análise, mas sem definição
Desde que apresentou a Hilux Stout na Ásia, a Toyota passou a avaliar a possibilidade de produzir o modelo em outros países. A fábrica de Zárate, na Argentina — responsável pela Hilux vendida no Brasil — surgiu como candidata natural. Em entrevista ao site Motor1 em 2024, o presidente da Toyota Argentina, Gustavo Salinas, afirmou que a empresa poderia fabricar o modelo localmente, caso houvesse demanda suficiente. No entanto, o executivo ressaltou que a ideia estava em estudo.

No cenário atual, a produção na Argentina enfrenta desafios. Os altos custos operacionais e a necessidade de adaptação da planta para produzir mais uma picape, por exemplo, dificultam a viabilidade. Além disso, a Toyota prioriza investimentos já anunciados no Brasil, como os R$ 11 bilhões destinados até 2030 à produção do SUV Yaris Cross híbrido-flex e de um projeto inédito desenvolvido para o mercado nacional.
Em contato com o Estradão, a Toyota do Brasil informou que não comenta sobre projetos futuros.