A viação Águia Branca conta com uma frota de 700 ônibus e emprega 1.100 motoristas que viajam por sete Estados do País, ligando o Sudeste ao Nordeste. Por essa razão, na tentativa de reduzir os acidentes nas rodovias, a empresa desenvolveu um dos programas de segurança mais rigorosos já visto no setor. E que faz todo sentido ser divulgado, em especial, neste mês de Maio Amarelo.
Trata-se do programa Medicina do Sono. Considerado um método de prevenção, ele consiste em identificar os motoristas com problemas de sono. Assim como aqueles com tendência a desenvolver alguma doença relacionada. Tudo desenvolvido pelo médico Sérgio Barros, há 23 anos, e especializado no tema.
Dessa forma, periodicamente os motoristas se submetem a exames. E aqueles diagnosticados com apneia do sono, são obrigados a cada viagem levar o CPAP. Ou seja, uma espécie de máscara que ajuda a pessoa que sofre de apneia a dormir de modo mais confortável, sem roncar.
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Motoristas não viajam mais do que 8 horas
Como as rotas da Águia Branca são em média superiores a 500 km, os motoristas dormem nas bases da empresa espalhadas pelo País. E para garantir que o sono seja adequado, o uso do aparelho é obrigatório.
Nesse sentido, vale ressaltar que 50% do valor para aquisição da máscara, que custa em média R$ 2 mil, é custeado pela Águia Branca. Dos 1.100 motoristas, apenas 60 usam o CPAP. Mas há casos de motoristas com doenças como bruxismo e síndromes das pernas inquietas. Todos tratados por meio do programa.
Do mesmo modo, o programa permite identificar o cronotipo do motorista. Ou seja, se ele trabalha melhor durante o dia ou a noite. Assim, seu horário de trabalho se adapta a essa condição.
Na Águia Branca condutores fazem testes diários antes e depois da viagem
Sob o guarda-chuva do programa Medicina do Sono, há o Teste Atento. Ele consiste em uma série de procedimentos que avaliam a aptidão do condutor.
Assim, primeiro ocorre o teste de bafômetro. Se estiver tudo certo, o motorista preenche um questionário com perguntas pessoais (se dormiu bem, quantas horas de sono, etc). Do mesmo modo, o questionário inclui perguntas de raciocínio lógico, incluindo matemática.
Dessa forma, conta com 36 questões e todas devem ser respondidas no máximo em 1 minuto. Com tolerância de 15 segundos.
Todavia o teste ocorre antes e depois de cada viagem. Porém, ao final da jornada, as perguntas são mais relacionadas ao dia de trabalho. Como o comportamento e qualidade do trânsito, paradas para descanso, se viu ou passou por ocorrências. E por fim, como o condutor se sentiu durante o dia de trabalho.
Qualidade das estações de descanso e das refeições
A Viação Águia Branca conta com salas em cada posto de parada que tem parceria. Assim, enquanto os passageiros utilizam as instalações dos postos, os motoristas ficam nessas salas, com alimentos frescos, como frutas, sucos naturais, água etc.
Se a parada coincidir com o horário de almoço, há também uma refeição balanceada. Com baixa em gordura ou açúcares para evitar o sono no restante do dia. E também tudo preparado pela equipe do médico especialista em sono.
Além disso, tanto nas salas do Teste de Atento como nas salas das paradas programadas há um sistema de iluminação adequado, cuja função é “espantar” o sono. Isso porque essas luzes, brancas e fortes, reduzem a melatonina, responsável por produzir a glândula pineal que dá sono.
Conforme estudo encomendado pela Águia Branca, se o motorista ficar 20 minutos sob essa luz, inibe o sono. Por isso, inclusive nesse mesmo espaço, há esteiras e bicicletas ergométricas que auxiliam na qualidade de vida dos profissionais.
O sucesso dessas salas chamou a atenção de motoristas de outras empresas. Por isso, a Águia Branca também empresta o espaço para os funcionários de outras viações. Por isso, a companhia mantém 30 salas pelo País.