Mercado

XCMG testa caminhão elétrico de 80 t no Brasil e quer triplicar vendas

Com operação no Brasil há uma década com máquinas de construção, XCMG quer se firmar com caminhões elétricos para todos os segmentos

Andrea Ramos, de Pouso Alegre, MG

22 de fev, 2024 · 6 minutos de leitura.

Publicidade

XCMG testa caminhão elétrico de 80 t no Brasil e quer triplicar as vendas
XCMG
Crédito:Andrea Ramos/Estadão
XCMG testa caminhão elétrico de 80 t no Brasil e quer triplicar as vendas

Na Fenatran 2024, que acontecerá entre os dias 4 e 8 de novembro, no São Paulo Expo, a XCMG confirma sua estreia. A montadora chinesa levará ao evento três novos modelos. A fabricante, que durante 2023 vendeu 120 caminhões no Brasil e América Latina, neste ano pretende triplicar a meta. E entregar ao mercado 360 unidades.

Seja como for, na feira de caminhões a marca trará um modelo para atender o segmento de Veículo Urbano de Carga (VUC), bem como um semipesado de 18 t. Além de lançar oficialmente um caminhão 6x4 com peso bruto total (PBT) de 80 t. Todos elétricos. Aliás, o modelo pesadão já está em testes com clientes do ramo de madeira e do agronegócio.

Dessa forma, a fabricante de origem asiática quer se tornar uma marca full liner. Ou seja, se isso se concretizar será a primeira a contar com uma gama de caminhões semileves a extrapesados elétricos no Brasil.


Publicidade

VEJA TAMBÉM
Caminhões leves: VW Delivery e Mercedes-Benz Accelo lideram
Caminhão elétrico é o quarto mais vendido entre os médios; veja o ranking
Scania: próximos veículos elétricos terão maior autonomia

E7-49T é o elétrico rodoviário com maior PBT e custa R$ 1,3 milhão

Nesse sentido, vale lembrar que a XCMG está presente no País há 10 anos. Entre caminhões a marca oferece o E7-49T, cavalo-mecânico 6x4 com PBTC de 49 t. Seu motor desenvolve 482 cv e torque imediato de 204 mkgf. Sua autonomia é de 150 km. O maior da categoria movido a baterias.

Além disso, há a versão E7-29R 8x4. Do mesmo modo, a XCMG oferece uma linha de caminhões para o uso no fora de estrada, em operações mais pesadas. Trata-se da linha XGE95 6x4 e XDR80TE ambos para atividades com básculas.


Todos os veículos contam com o sistema “swapping”. Ou seja, é possível substituir o pacote das baterias do caminhão em cerca e 6 minutos, por meio de um sistema automatizado. Assim, com o auxílio de uma empilhadeira simples, o frotista desconecta o pacote do caminhão, retira o conjunto completo e instala outro.

XCMG testa caminhão elétrico de 80 t no Brasil e quer triplicar as vendas
Andrea Ramos/Estadão
Sistema swapping custa R$ 40 mil, mas vale a pena se o cliente tiver 24 caminhões na frota

Todavia, esse sistema atende aquelas operações em que o caminhão não pode parar. Mas se o cliente quiser, pode optar pelo sistema de recarga tradicional. O tempo de recarga vai variar de acordo com o tipo de carregador adotado.


Seja como for, o diretor de elétricos da XCMG diz que o sistema “swapping” custa em torno de R$ 40 mil reais. Mas só vale a pena, do ponto de vista do custo operacional, se a empresa tiver pelo menos 24 caminhões na frota.

No futuro XCMG quer produzir caminhões elétricos no Brasil

Vale ressaltar que a empresa é uma das gigantes no País na fabricação de máquinas pesadas, as chamadas linha amarela. Com fábrica em Pouso Alegre (MG), a maior da marca fora da China, a empresa produz os equipamentos com motor a combustão. Nesse sentido, a planta consegue fabricar por mês em torno de 1,2 mil equipamentos que hoje têm 60% de nacionalização.

Porém, importadas da China, a XCMG oferece no mercado maquinários com motores elétricos. Sendo líder na entrega desses equipamentos.


XCMG testa caminhão elétrico de 80 t no Brasil e quer triplicar as vendas
Andrea Ramos/Divulgação
O novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da XCMG fica na planta de Pouso Alegre (MG)

Seja como for, a marca asiática anuncia outra novidade. Acaba de inaugurar na fábrica brasileira seu centro de pesquisa e desenvolvimento. Assim, visando o desenvolvimento do veículo elétrico no País. O novo centro de pesquisa levou 1/3 dos investimentos de R$ 270 milhões que a marca investiu no Brasil nos últimos anos.

A partir disso, a empresa também quer desenvolver fornecedores locais. Do mesmo modo, não descarta produzir baterias no Brasil. Dessa forma, a XCMG deve começar a desenvolver pesquisas relacionadas à matéria-prima das baterias no País.


Siga o Estradão no Instagram!

Deixe sua opinião