"Dar um tapa no visual”. Foi isso que o australiano John Horswell fez quando transformou seu Ford Louisville. O caminhão LNT9000 foi comprado em 1986 e tinha 1 milhão de km rodados. Mesmo assim, o motorista de caminhão resolveu apostar no modelo, reconhecido pela robustez. Segundo Horswell, o caminhão tinha vários sinais de desgaste, incluindo ferrugem aparente.
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Além disso, originalmente o caminhão tem cabine simples. Portanto, não se adequava ao tipo de trabalho de Horswell, que atuava no de cimento. Portanto, o caminhoneiro costumava fazer viagens longas. Assim, uma das principais mudanças foi a instalação de cabine leito,
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A reforma do Ford Louisville começou em 1987
Segundo Horswell, a nova cabine foi construída por ele mesmo. Inicialmente, ele fez uma uma estrutura com peça única, com perfis quadrados de aço. Depois disso, a parte interna recebeu revestimento de chapas galvanizadas.
Conforme o caminhoneiro, com isso a nova cabine não ficou muito pesada. De acordo com ele, a cabine é cerca de 500 kg mais leve que a do caminhão Kenworth W900 Aerodyne. Colabora com isso o capô feito de fibra de vidro. Bem como as portas com estrutura de plástico.
Outro desafio, que aí teve de contar com a ajuda de engenheiros de tráfego foi a distribuição de peso. Ou seja, garantir capacidade de carga de 5,5 toneladas no eixo dianteiro, 16,5 t nos eixos traseiros e 20 t nos três eixos do reboque.
De acordo com Horswell, não foi preciso fazer mudanças importantes no chassi. Assim, apenas o radiador, as baterias e a caixa de direção tiveram de ser reposicionadas.
O australiano também cuidou do conforto. Afinal, no Ford original a cabine era simplesmente parafusada ao chassi. Após a reforma, ganhou a suspensão do caminhão japonês Hino. Assim como as molas pneumáticas do Mack.
Trem de força
Do mesmo modo, o motor Cummins Big Cam 1 de 415 cv, a transmissão Fuller Roadranger de 15 velocidades e os eixos motrizes foram reformados. Nesse sentido, já pensando no futuro, John certificou-se de que a cabine também tivesse espaço suficiente para receber novas tecnologias de motor.
Assim há espaço no caminhão para receber um motor Caterpillar, Detroit Diesel ou um motor Cummins mais recente se preciso for. Conforme Horswell, a cabine melhorou significativamente o sistema de refrigeração do motor. Tornando-o mais eficiente.
Destaque para o sistema de proteção do motor. Ou seja, o componente desliga o motor se qualquer nível de fluído ou pressão ficarem muito baixos.
A bordo
A área de descanso tem teto elevado e feito de vidro. Além disso, a área de descanso é similar à do Kenworth Aerodyne.
Assim, o caminhão tem cama bem grande. Assim como espaço suficiente para que o motorista fique de pé na cabine. Além disso, um pequeno chuveiro e reservatório com 60 litros de água limpa e aquecido pelo calor gerado pelo motor do caminhão.
Seja como for, após a viagem inaugural, no início de 1988, Horswell e seu caminhão ganharam fama. Assim, o motorista começou a oferecer o serviço de conversão - com chapas de alumínio - a outros caminhoneiros autônomos. Segundo ele, o preço parte de US$ 40 mil. Ou seja, uns R$ 200 mil na conversão direta, sem taxas.