A Great Wall Motors (GWM) vai trazer caminhões a hidrogênio para testes no Brasil. A informação foi confirmada ao Estradão pelo CCO da empresa, Oswaldo Ramos. No entanto, num primeiro momento não há intenção de vender esse tipo de caminhão no País. Atualmente, a GWM oferece automóveis elétricos e híbridos. Assim, a ideia é, segundo Ramos, "estar na vanguarda do desenvolvimento da tecnologia no País".
Seja como for, de acordo com Ramos, a holding da qual a GWM faz parte tem subsidiárias para o fornecimento de baterias e célula a hidrogênio. Entre as empresas, estão Svolt e FTXT Energy Technology. Ambas fornecem componentes para os veículos da GWM, o que inclui a linha If You de caminhões.
Do mesmo modo, também é fornecedora para as demais marcas de caminhões asiáticas. Nesse sentido, vale ressaltar que a montadora é uma das cinco empresas mais adiantadas no desenvolvimento da tecnologia a célula de combustível no mundo, segundo Ramos.
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Hidrogênio a partir do etanol
Faz todo sentido a GWM integrar o consórcio de empresas que começam a fomentar, junto com o Governo do Estado de São Paulo, a produção do hidrogênio à base de etanol. Esse programa ainda visa criar uma rota de veículos movidos com o combustível, o que inlcui pontos de abastecimento. Vale destacar que o projeto conta com o apoio da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP).
Contudo, Oswaldo Ramos lembra que esse é apenas um dos vários estudos que estão em produção no País. Por essa razão, a tendência é que a empresa amplie a presença dos seus caminhões em outros projetos de desenvolvimento do hidrogênio.
Contudo, do ponto de vista da tecnologia, o combustível é economicamente viável. Ou seja, o desafio é maior em relação à infraestrutura de recarga. O custo chega em torno de R$ 8 milhões para montar a estrutura de abastecimento público. Por essa razão, conforme o executivo da GWM, a intenção é criar a infraestrutura para o transporte rodoviário de longa distância, e ter como matéria-prima o etanol.
"O investimento na infraestrutura de recarga se paga mais rápido no segmento de transporte. Ainda mais se comparado ao carro de passeio, cujo uso é menor frente ao caminhão. Por essa razão, entendemos que o desenvolvimento da célula de hidrogênio no Brasil deve começar pelo transporte de longa distância".
Modelo de negócio
Seja como for, CCO da GWM deixa claro que ainda não existe nenhum plano de negócio para a introdução da marca de caminhões no País. Por ora, os caminhões chegam para criar o ecossistema da célula de hidrogênio. Afinal, enquanto há vários estudos locais relacionados ao combustível limpo, não há caminhões para a realização dos testes. E desenvolver um veículo no mercado interno elevaria o custo desse desenvolvimento.
Obviamente, a companhia vai estudar a viabilidade do projeto de caminhões no País, a partir desses protótipos. Porém, para um futuro mais distante. Conforme o executivo, se isso ocorrer vai ser por meio de outra divisão. A GWM não tem a intenção de importar caminhões a partir da divisão de automóveis.
Seja como for, Ramos confirma que a linha pesada If You é a que virá para o Brasil. Mas não confirmou se será com esse nome. Os primeiros protótipos começam a desembarcar por aqui ainda neste semestre. Nesse sentido, Ramos diz que, nos vários estudos em andamento no País, há espaço para trazer caminhões médios e pesados a hidrogênio.