A Scania levou à Fenatran 2022 sua nova linha de caminhões com a plataforma Super. Trata-se de uma evolução dos motores para atender as regras do Proconve P8, equivalente ao Euro 6. Além disso, há novos eixos e transmissões. Bem como atualizações do sistema ABAS. Ou seja, o pacote com sensores e radares para ampliar a segurança. A partir das 17h desta segunda-feira (7), a Scania também começa a oferecer seu serviço de locação de caminhões e equipamentos.
Segundo a marca, com os novos motores a redução das emissões chega a 8% em relação à geração anterior. Além disso, os seis-cilindros de 13 litros têm potências de 420 cv, 460 cv, 500 cv e 560 cv. Bem como torque que vai de 234,7 mkgf a 285,7 mkgf. De acordo com a Scania, o bloco ganhou dois comandos acima do cabeçote. Além disso, o virabrequim tem capacidade de pressão de 250 bar.
Por sua vez, o sistema denominado Twin SCR combina HGR, em vez do EGR. Ou seja, a marca adotou o Arla 32 e filtro de particulado DPF. O seis-cilindros passam a utilizar, ainda, uma nova geração de lubrificantes. Assim, foi possível ampliar o intervalo entre as trocas de óleo.
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Transmissão renovada
Da mesma forma, a transmissão Opticruise foi renovada. A caixa Opticruise G25 virá nos Scania com motores de até 255 mkgf ou com potência de até 460 cv. Já a G33 virá acoplada aos seis-cilindros com potência de 500 cv e 560 cv e torque de até 336,7 mkgf.
Há duas opções de transmissão: 12 e 14 marchas. Com as atualizações, o intervalo entre as trocas de óleo do sistema passou de 600 mil km para 800 mil km. Juntamente com o novo sistema há o freio com de cabeçote CRB, com capacidade de frenagem de 475 cv, que passa a vir de série. O sistema hidráulico auxiliar Scania Retarder é opcional. A potência de frenagem total combinada é de 1.155 cv.
A marca também atualizou os eixos. De acordo com a marca, a capacidade máxima de tração (CMT) agora é de 90 toneladas. O novo sistema, batizado de 885 tem desenho exclusivo e estrutura reforçada. Como resultado, é mais robusto. Assim, pode dar conta do aumento do torque, conforme a marca.
Tanque e o chassi
A Scania também atualizou o tanque de combustível e o chassi. Entre as novidades, o pescador foi reposicionado e agora fica na parte mais baixa do reservatório. Dessa forma, a marca informa que a perda máxima foi reduzida de 15% para 5%. Por sua vez, o novo chassi, batizado de Mach, é do tipo flexível.
Ou seja, traz novas furações, o que permite ampliar as opções de posicionamento do tanque. De acordo com a Scania, isso independe do tipo de implemento. Bem como dos acessórios. Como resultado, dá para distribuir melhor o peso do veículo.
O caminhão mais potente do mundo agora no Brasil
Além dos seis-cilindros, a Scania passa a oferecer no Brasil o V8 de 16 litros que geram 660 cv e 337 mkgf e 770 cv e 377 mkgf. Dos motores de caminhões feitos em série, este é o mais potente do mundo. Segundo a fabricante, as versões com 660 cv utilizam a transmissão G33. No caso do propulsor de 770 cv, a caixa é a GRSO. Ou seja, a mesma utilizada anteriormente.
Segundo a fabricante, os novos caminhões podem ter cabine R e S. Além disso, são destinados às operações rodoviárias com peso bruto total combinado (PBTC) de 74 t. Bem como a aplicações como o transporte de carga indivisível. Conforme a empresa, a expectativa é de vender 150 unidades por ano.
Os motores de 7 e 9 litros também foram atualizados e ficaram, em média, 2% mais econômicos. Os 7.0 têm potências de 250 cv e 280 cv. Por sua vez, nos 9.0 são 280 cv, 320 cv e 360 cv. Além disso, haverá o 13.0 de 370 cv, 450 cv e 500 cv, incluindo para caminhões de uso na construção civil e mineração.
Sistema semiautônomo de condução
Juntamente com os novos motores, a Scania lança a evolução do ADAS, sigla de Sistema Avançado de Assistência ao Motorista, em tradução livre. Assim, os caminhões podem receber, opcionalmente, itens como alerta de ponto cego e da presença de pedestres à frente.
Da mesma forma, há direção elétrica ativa, que pode fazer a correção automática da trajetória em caso de saída involuntária da faixa. Além disso, há controle de velocidade de cruzeiro ativo. Assim, o caminhão pode acompanhar o fluxo do trânsito à frente. Ou seja, acelerando e reduzindo a velocidade sem intervenção do motorista.
Segundo o presidente e CEO da Scania para a América Latina, Christopher Podgorski, esta é a última plataforma da marca desenvolvida para motores a diesel. Porém, ela pode receber atualizações. Bem como motores com combustíveis alternativos. Como resultado, sua vida útil pode ser de até dez anos.
Eletrificação
Depois disso, a Scania deverá oferecer apenas caminhões elétricos. Portanto, é possível dizer que até o início de 2030 toda a gama da marca será eletrificada. Seja como for, a Plataforma Super é fruto de investimentos de ? 2 bilhões na Europa. E de R$ 1 bilhão no Brasil.
Com isso, a empresa atualizou as instalações da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. De acordo com a empresa, o desenvolvimento do projeto levou cinco anos de pesquisa. Além disso, as novidades vão chegar ao Brasil quase que simultaneamente à Europa. Lá, o lançamento ocorreu durante o IAA Transportation, em setembro.