A Scania acaba de lançar no Brasil seus novos motores Euro 6. Assim, os caminhões e ônibus da marca estão em conformidade com o Proconve P8. Ou seja, a nova fase do programa brasileiro de controle de emissões de poluentes. Parte da chamada Plataforma Super, a novidade já está à venda e vai ser um dos destaques da fabricante na Fenatran, em novembro. Porém, as entregas só devem começar em 2023.
O Estradão participou do evento de lançamento dos novos motores à imprensa. Dirigimos o Scania R 460 com tração 6x2. O test drive foi feito em um circuito curto e com o caminhão carregado com apenas 10 toneladas de carga líquida. Porém, deu para avaliar o funcionamento das novas tecnologias.
Vale lembrar que o R 460 6x2 substitui o R 450, líder de vendas da marca no Brasil. A alteração do nome tem a ver com as atualizações feitas no motor, que ganhou 10 cv e passa a ter 460 cv de potência. Da mesma forma, houve ganho de 15 mkgf de torque, para 255 mkgf. Segundo a Scania, além disso foi possível reduzir o consumo de diesel em até 8%.
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Motor Scania e câmbio mais eficientes
Ou seja, o caminhão também emite menos poluentes. Afinal, quanto menor for o consumo, menor serão as emissões. Entre os destaques, está o comando duplo no cabeçote e o Scania Twin SCR. Ou seja, o sistema de injeção dupla de AdBlue (Arla 32). Segundo a marca, isso ajuda a aumentar a eficiência do processo de pós-tratamento dos gases do escape.
Além disso, o motor de seis cilindros e 13 litros ganhou bomba hidráulica de refrigeração variável. Bem como atualizações nos coletores do turbo e no escape. Da mesma forma, a taxa de compressão subiu. Agora, a pressão no topo do cilindro é de 250 bar.
Conforme a fabricante, a transmissão G25 também foi renovada. Como resultado, é 75kg mais leve do que a GRS905, utilizada até então. Além disso, ficou mais silenciosa. De acordo com a Scania, a redução de ruído é de até 3,5 dB. Esse câmbio também contribui com a redução de até 1% no consumo de diesel.
Transmissão inteligente
Durante nossa avaliação, com o Scania R 460 6x2 rodando a 30 km/h, o nível de ruído na cabine era de 57 dB. Além disso, a transmissão com sistema Opticruise pode ter 12 ou 14 velocidades. Nesta, as duas últimas são super reduzidas. Ou seja, indicadas às operações pesadas, como construção civil e mineração.
O caminhão avaliado tinha a caixa de 12 velocidades. O sistema eletrônico escolhe a marcha mais adequada automaticamente de acordo a situação. Assim, como o caminhão estava com pouca carga, na hora de arrancar a caixa Opticruise engatou a 3ª marcha.
Eletrônica avançada
Assim que chegamos à estrada, o Scania Zone entrou em ação automaticamente. Essa ferramenta faz parte do pacote de serviços da marca e contribui para a segurança. O recurso identifica quando o caminhão está em uma zona de baixa velocidade, por meio de programação prévia.
Em outras palavras, avisa se o caminhão estiver trafegando acima da velocidade adequada em área urbana, por exemplo. Nesse caso, surge um aviso no painel de instrumentos. Caso o motorista insista, é dado um alerta com iluminação vermelha.
Além disso, há um nível ainda mais alto de segurança. Ou seja, um limitador automático de velocidade, que funciona sem interferência do motorista. Durante nosso teste, o sistema estava programado para limitar a velocidade a 16 km/h. Após sair do trecho definido, o sistema luminoso se apaga e o pedal do acelerador volta a responder aos comandos do condutor.
Segurança nas frenagens
Nesse sentido, colabora o freio motor, batizado pela Scania de CRB. O freio com sistema de liberação de compressão, em tradução livre, atua por meio de cabeçote. Com poder de frenagem equivalente a 475 cv, o sistema garante segurança em qualquer situação.
O dispositivo tem cinco níveis de atuação. Porém, como estávamos rodando a cerca de 25 km/h, o segundo estágio deu conta do recado com folga. Assim, reduziu a velocidade do caminhão sozinho, segundo os parâmetros definidos no Scania Zone. Nem foi preciso pisar no pedal da esquerda.
Além disso, há o Scania Retarder. O freio hidráulico auxiliar pode atuar juntamente com o CRB. De acordo com a fabricante, nesse caso a potência total de frenagem é de 1.155 cv. Portanto, o uso conjunto é indicado para caminhões extrapesados, bem como para os que trafegam por serras com frequência.
Cabine
A bordo, pouca coisa mudou no Scania R 460 em relação ao R 450. Uma das principais novidades, no caso da cabine Super, é o quebra-sol com acionamento elétrico, vendido como opcional. Ou seja, o motorista pode ajustar o equipamento por meio de um botão atrás do volante, sem tirar os olhos da via.
Seja como for, com tantas novidades o R 460 tem tudo para substituir o R 450 como o caminhão mais
vendido da Scania no Brasil. Mesmo considerando que seu preço vai ser maior do que o do modelo anterior. Embora a marca não confirme, a expectativa é de que o aumento possa ser de até 30%.
Ficha técnica
Scania R 460 6x2