Gestão

Iveco conquista 10% do mercado no Brasil e quer crescimento sustentável

Iveco celebra 10% de participação de mercado de caminhões e comerciais leves e anuncia novos investimentos para manter crescimento no Brasil

Andrea Ramos

20 de mai, 2022 · 9 minutos de leitura.

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Depois dos 10%, Iveco quer crescer de forma sustentável
Depois dos 10%, Iveco quer crescer de forma sustentável
Crédito:Iveco/Divulgação
Depois dos 10%, Iveco quer crescer de forma sustentável

A Iveco conquistou participação de 10% das vendas no Brasil no primeiro trimestre de 2022. Segundo o diretor comercial da empresa, Ricardo Barion, a marca vive seu melhor momento no País. De acordo com ele, agora a meta é manter um crescimento sustentável no mercado brasileiro.

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Depois dos 10%, Iveco quer crescer de forma sustentável
Barion diz que a meta e continuar crescendo, de forma sustentável, no Brasil; Foto: Iveco

Nesse sentido, em 2019 a empresa iniciou um processo de reestruturação. Assim, vem lançando novos produtos e ampliando a rede de concessionárias. Desde então, 30 pontos de atendimento foram inaugurados. Como resultado, em 2020 a marca cresceu 30%. Ao mesmo tempo, o mercado encolheu 11%, sobretudo por causa da pandemia da covid-19. Com isso, fechou o ano com 7% de participação. 

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O avanço continuou acelerado em 2021. Assim, na comparação com a ano anterior, a Iveco cresceu 70%. Por sua vez, o mercado registrou alta de 43% das vendas. Além disso, no ano passado, a empresa bateu recorde de produção. Ou seja, entregou 22 mil veículos, algo que não ocorria desde 2011.

Euro 5 refletiu em alta nas vendas

Em 2021, as vendas dispararam por causa da antecipação de compras antes da chegada do Euro 5. Isso porque, para atender as novas regras de emissões de poluentes, os veículos ficaram mais caros. Assim, quem fechou negócio antes conseguiu economizar bastante.


Em volume de negócios, o Banco CNH, braço financeiro do grupo, liberou R$ 2,5 bilhões em linhas de crédito para financiamento de veículos Iveco. Ou seja, um volume três vezes maior que em 2020.

Meta alcançada

Como resultado, no primeiro trimestre de 2022 a marca conquistou 10,4% de participação de mercado no Brasil. Os dados incluem os emplacamentos de comerciais leves e caminhões. Em outras palavras, somaram 3.374 unidades vendidas.

Agora, os executivos da Iveco dizem que a meta é sustentar esses bons resultados. Para ter sucesso na empreitada, a fabricante fez vários planos. Nesse sentido, promete investir R$ 1 bilhão nas operações na América Latina até 2025.


Como resultado, promete inaugurar mais pontos de atendimento. Além disso, cerca de 60% dos recursos devem ser destinados ao desenvolvimento de novos produtos. Bem como atender a fase 8 do Proconve. As novas regras de controle de emissões, equivalentes ao Euro 6, entram em vigor em janeiro de 2023, no caso de caminhões e ônibus.

Da mesma forma, parte dos investimentos focará melhorias nos processos industriais da planta de Sete Lagoas (MG). Assim como o desenvolvimento e produção de componentes como os da linha Nexpro.

Novos produtos

Como parte desse processo, a marca tirou de cena a família Vertis de caminhões médios e semipesados. A linha detinha 4% de participação de mercado. "Foi um risco que corremos. Mas valeu a pena, porque lançamos a gama Tector", diz Barion. De acordo com ele, apenas com os modelos de 9 e 11 toneladas, a empresa conquistou 10% do mercado.


Vale ressaltar que a linha Tector é composta por caminhões leves, médios e semipesados. Bem como versões vocacionais. Aliás, a marca pretende avançar em vendas no Brasil com modelos para preencher o espaço deixado pelo Trakker fora-de-estrada.

Do mesmo modo, ao longo de 2022 a marca deve lançar caminhões a gás no Brasil. E também renovar a linha de pesados, com a chegada do S-Way. Aliás, a Iveco é a única que ainda não oferece 100% de sua gama no Brasil alinhada às versões vendidas na Europa.

Valor de revenda

Depois dos 10%, Iveco quer crescer de forma sustentável
Linha Daily conquistou fama de robustez, o que aumenta o preço de revenda; Foto: Iveco

"Conforme eu vendo mais caminhões e ganho volume no mercado, compro mais componentes. Como resultado, tenho mais poder na hora de negociar preços", diz Barion. Segundo ele, com isso a marca pode oferecer serviços de manutenção mais baratos. "Ou seja, entrego um bom TCO", diz.

No mesmo sentido, Barion explica que o aumento das vendas atrai empresas interessadas a produzir componentes para a marca no Brasil. "Como resultado, a valorização do produto aumenta. Segundo o diretor de marketing e portfólio de produto da Iveco, Bernardo Brandão (foto abaixo), a linha Daily é um bom exemplo desse processo.

De acordo com ele, o modelo conquistou boa-fama no segmento no País. Com isso, já foi premiado por causa do bom valor de revenda. "Vejo que o Tector está indo para o mesmo caminho", diz Brandão.


Depois dos 10%, Iveco quer crescer de forma sustentável
Iveco/Divulgação

'Servitização'

Além disso, a Iveco aposta na oferta de serviços para conquistar mais consumidores. De acordo com a companhia, parte desse processo inclui preparar a rede de concessionários para a chamada "servitização" do transporte.

"Os produtos estão ficando cada vez mais equivalentes. Assim, oferecem tecnologia e soluções parecidas. Com isso, chegará o momento em que o caminhão vai se diferenciar pela oferta de serviços", diz Bernardo. "Isso será fundamental para garantir a decisão de compra a médio prazo. E deve se acelerar com a entrada em vigor do Euro 6 e da tecnologia 5G", afirma.


Falta de componentes

Segundo a Iveco, por causa dos gargalos do setor de logística a empresa produziu 20% menos veículos do que poderia entregar. Barion afirma que, além dos semicondutores, faltam vários outros componentes. É o caso de pneus e até de peças de acabamento, como a grande dianteira.

Porém, a queda na produção poderia ser ainda pior. Isso porque cerca de 70% dos componentes utilizados pela marca são nacionalizados. E a meta é aumentar essa participação. Aliás, isso também tem a ver com a alta taxa de câmbio, que encarece os itens importados. "Não há perspectiva de o dólar ficar abaixo de R$ 4. Então, localizar faz mais sentido", diz Brandão.

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