Do BNDES, o Crédito do Caminhoneiro faz parte do grupo "tem, mas acabou". Ou seja, é difícil quem consiga usar o crédito. Mas a ação para facilitar a manutenção do caminhão deve ser mantida. Sua validade termina nesta terça-feira (8).
Criado em 2019, o programa liberou apenas R$ 7 milhões em 188 operações. Contudo, R$ 500 milhões são o total prometido.
Ou seja, isso representam mero 1,2% do total. O BNDES não informou ao Estradão quais bancos credenciados fizeram essas operações. A reportagem consultou vários deles para tentar mapear o caminho desse dinheiro. Confira o resultado:
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Bancos de montadoras ficaram fora
Segundo a Volkswagen Financial Services Brasil, embora seja credenciada a decisão foi de não participar do programa. De acordo com a instituição, o motivo é a baixa demanda.
Da mesma forma, a Scania é credenciada. Porém, não oferece esse produto aos clientes. Assim, o braço financeiro foca o financiamento de produtos da marca. Para isso, utiliza inclusive outras linhas oferecidas pelo BNDES.
Por fim, os bancos de Volvo e Mercedes-Benz responderam que não operam essa linha de crédito. Além das instituições ligadas a montadoras, o Estradão procurou a Caixa Econômica Federal.
Assim como os demais, o banco estatal está credenciados pelo BNDES para o oferecer essa opção. Porém, na prática a linha isso não ocorre.
Bancos não têm informações
Seja como for, entidades com a Associação dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) defendem a continuidade do programa. Apesar disso, o benefício é muito criticado.
"O BNDES acabou repassando bem menos do que prometeu. Nem ao menos criaram uma área de gestão desse programa”, diz o presidente da Abrava, Wallace Landim, o "Chorão".
Segundo ele, existem muitas "travas". Assim, embora o programa exista no papel, na prática é quase impossível obter o crédito. Ou seja, o "Crédito do Caminhoneiro" jamais decolou.
Regras estão no site do BNDES
Como resultado, é difícil encontrar quem já usou. O caminhoneiro autônomo Ronaldo de Jesus Silva foi um dos poucos que tentaram. Segundo ele, as tentativas foram feitas por meio da Caixa Econômica Federal, Itaú e Bradesco.
Porém, Silva sequer conseguir saber como o sistema funciona. “Ninguém tinha informação”, diz. Ele afirma que buscou conhecer melhor as regras no site do BNDES. "Achei muito complicado."
Ainda assim, a Abrava enviou ofício ao Ministério da Economia pedindo a extensão do programa. Porém, Chorão diz que é preciso facilitar a liberação de crédito.
Gigantes do Asfalto está apenas no papel
Enfim, o BNDES informa que essa é uma linha de crédito indireta. Ou seja, são os bancos participantes que definem suas condições.
Seja como for, o governo federal promete criar uma nova linha de crédito para os caminhoneiros. Segundo o governo, isso faz parte do Gigantes do Asfalto. Ou seja, o programa lançado no País há menos de 30 dias.