A Volvo comemora os 20 anos de mercado da caixa de câmbio I-Shift, que foi lançado em 2001 na Suécia. Mas que chegou ao Brasil em 2003 para equipar os caminhões pesados FH e NH fabricados no País.
Porém, a I-Shift não foi a primeira caixa inteligente lançada no País. O primeiro caminhão a ter a opção da transmissão automatizada foi a Scania com a Opticruise, em 2001. Mas a I-Shift popularizou o componente em veículos pesados.
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Vanguarda na entrega de tecnologias
Naquele período, as transmissões eram ofertadas como opcionais nos veículos pesados. A partir disso, a Volvo iniciou um trabalho junto aos seus clientes, a fim de mostrar os benefícios da caixa inteligente na operação. E testes reais começaram a ser feitos nas empresas com caminhões e ônibus rodoviários da marca.
Nesse sentido, a Volvo foi a primeira fabricante a adequar o sistema para transportes de longa distância rodoviária. Recebido inicialmente com certo ceticismo, o componente conquistou os motoristas pelo conforto. Com a seleção de marchas de acordo com a carga e a necessidade de potência do veículo no momento exato, o melhor consumo de combustível estava garantido.
Gerente de transmissões pesadas da Volvo Trucks, Pär Bergstrand diz que o maior benefício do equipamento está relacionado à redução do consumo de combustível. Ademais, a caixa inteligente ajuda a melhorar o desempenho do caminhão e reduz os custos de manutenção. Bem como melhora o conforto para o motorista, graças ao menor esforço físico. O que ajuda a aumentar mais a segurança na atividade.
“A I-Shift é um marco da indústria de caminhões. E isso ocorre graças ao seu impacto positivo nas operações de transporte”, diz Bergstrand.
I-Shift presente em toda gama
No Brasil a aceitação da transmissão ocorreu de forma gradativa. Logo, a primeira versão, importada da Suécia, representou 3% das vendas nos primeiros três anos. Mas depois, em 2007, subiu para 8%. Em 2008, a I-Shift equipou 16% dos caminhões pesados da marca. E em 2009 o número subiu para 40%.
Em 2012, 74% dos caminhões tinham a caixa. Até que em 2019, a marca chegou aos atuais 100%. Mesmo porque, desde aquele ano, todos os caminhões FH, FM e FMX produzidos pela Volvo no Brasil saem com I-Shift como item de série.
Nesse sentido, o trabalho da Volvo entre os empresários de transporte serviu não apenas para alavancar as vendas da I-Shift. Mas também para popularizar a presença da transmissão inteligente entre os caminhões pesados. Não por acaso, todas as marcas do País oferecem caixa automatizada como item de série nos pesados. Algo que começa a ocorrer entre os semipesados.
Atualmente, a I-Shift também está presente em boa parte da gama de semipesados e pesados da gama VM. Porém, como opcional. E disponível nos ônibus rodoviários pesados da marca produzidos no Brasil como um item de série.
Eficiência embarcada
Gerente de engenharia de vendas da Volvo no Brasil, Jeseniel Valério, explica que a I-Shift colaborou decisivamente para mudar a atitude dos motoristas. "Ou seja, sua tecnologia avançada e ao mesmo tempo simples de ser utilizada, contribui para uma condução mais correta”, diz Valério.
Nesse sentido, um dos maiores atributos da transmissão inteligente está na otimização das trocas de marcha durante todo o percurso do veículo. Dessa forma, elimina variações na condução, como ocorre com a caixa manual, provocadas pelo cansaço do motorista. O que resulta em perdas de performance e maior consumo de combustível.
Segurança garantida
A caixa I-Shift trabalha em conjunto com o freio motor VEB em descidas. "Assim, realiza trocas de marchas precisas garantindo que o freio motor entregue sempre sua máxima potência de frenagem. Aumentando as velocidades médias e garantindo total segurança em descidas de serra, por exemplo”, explica Valério, ressaltando que os componentes atuando em conjunto garantem a maior durabilidade da embreagem. Bem como o menor desgaste de pneus.
Cada geração chega mais atualizadas
Foram vários lançamentos e a cada geração uma nova função era agregada. Agora, a I-Shift na sua sexta geração, está ainda mais sofisticada. Uma vez que a conexão entre a caixa e os módulos da arquitetura eletrônica do caminhão foram ampliadas. Ou seja, as trocas de marchas estão mais rápidas, bem como o melhor comportamento do acelerador e a melhor performance em aclives. O que gera menor consumo de combustível e mais conforto para o motorista.
Com 12 marchas a frente e quatro a ré, ela gerencia melhor a relação com o motor. O que proporciona o maior aproveitamento da potência, principalmente nos momentos em que o veículo precisa manter a velocidade média para vencer trechos de estrada com subidas.
“A nova inteligência "sabe" o momento adequado para despender mais potência. E garante um comportamento correto para cada situação”, afirma Valério.
Recursos presentes na I-Shift
Contudo, associada ao sistema I-See e aos sensores posicionados na caixa, esta geração entende qual a carga transportada. Bem como a topografia a sua frente, otimizando as trocas e garantindo baixo consumo de combustível com maior velocidade média.
A I-Shift tem também uma versão com marchas super reduzidas. O que garante mais capacidade de arranque para cargas pesadas em situações difíceis. Ela possibilita agregar até duas novas marchas reduzidas, podendo o caminhão arrancar e transportar um peso bruto total (PBT) de até 250 toneladas em situações controladas.
A I-Shift com marchas super reduzidas permite operar com velocidades muito baixas, a frente ou em ré. Assim, o veículo pode se deslocar a velocidades baixíssimas, de 0,5 a dois quilômetros por hora.
I-Shift pelo globo
No final de 2020, mais de um milhão de caminhões Volvo haviam sido vendidos com a caixa. O sucesso internacional da caixa I-Shift entre transportadores de todo o mundo levou ao aumento da produção em outros mercados.
Em 2011, o Grupo Volvo iniciou a fabricação da transmissão no Brasil. Em 2020, a Volvo atingiu a produção de 100 mil unidades deste componente na fábrica da marca em Curitiba (PR).