A Marcopolo fechará, no próximo dia 30 de outubro, a fábrica de carrocerias para ônibus de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A unidade emprega 800 pessoas e faz o urbano Torino nas configurações motor dianteiro, traseiro e, também, articulada. Nos oito primeiros meses de 2020, foram produzidas 2.201 unidades desse modelo.
Segundo informações da empresa, a decisão faz parte de uma reestruturação. O objetivo é adequar a capacidade fabril à atual demanda. A Marcopolo pretende concentração a produção em um número menor de plantas.
A fabricante informa que vem sofrendo com a queda da demanda do mercado de ônibus. E a falta de perspectiva em relação à retomada do setor fortaleceu a tomada de decisão.
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Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, a Fabus, em agosto foram produzidas 1.425 carrocerias. Esse volume representa queda de 6,5% na comparação com julho.
No acumulado de janeiro a agosto, a retração foi de 29,77%. Em números absolutos, foram 10.499 veículos produzidos, ante os 14.950 feitos no mesmo período de 2019.
A empresa informa que parte dos colaboradores está sendo transferidas para a planta de São Mateus, no Espírito Santo. Além das indenizações previstas em lei, os desligados receberão outros benefícios.
Isso inclui oito meses de plano de saúde, quatro meses de vale alimentação e cesta de fim de ano. Os colaboradores com filhos também receberão brinquedos na época do Natal.
Inaugurada em 2014, a fábrica de São Mateus é mais moderna que do Rio de Janeiro. Sua produção focava os mercados das regiões Norte e Nordeste do País. No local são feitos micro-ônibus da marca Volare. Desde 2019, a planta produz ônibus escolares e, também, carrocerias urbanas para chassi com motor dianteiro.
A produção de Duque de Caxias será absorvida pelas unidades de São Mateus e, também, de Caxias do Sul (RS). Conforme informações da Marcopolo, “isso vai depender da eficiência operacional e da estratégia comercial de cada negócio.”
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Marcopolo do Rio de Janeiro é a antiga Ciferal
Em 2001 a Marcopolo adquiriu todas as ações da RJ Administração e Participações, conhecida como Ciferal. A tradicional encarroçadora do Estado do Rio de Janeiro havia sido fundada em 1955 pelo imigrante austríaco Fritz Weissman.
A Ciferal era formada por cerca de 200 empresas de ônibus do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. O nome Ciferal, que era a sigla de Comércio e Indústria de Ferro e Alumínio, deixou de ser utilizado definitivamente em 2013, quando foi adotada a nomenclatura Marcopolo Rio.