Em agosto, a produção de ônibus no Brasil cresceu 7,1% na comparação com julho. No mês passado, foram feitas 1.714 unidades, ante as 1.601 do mês anterior. Os dados são da Anfavea, a associação que reúne as fabricantes de veículos instaladas no Brasil. A alta é resultado das encomendas feitas para atender o Programa Caminho da Escola.
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A iniciativa é promovida pelo Governo Federal. O objetivo é renovar, padronizar e ampliar a frota de veículos escolares. A prioridade é o atendimento a estudantes residentes em áreas rurais e ribeirinhas. Os últimos lotes de novos ônibus serão entregues nos próximos dois meses. Depois disso os volumes de produção devem voltar a cair.
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Mercado 2020 será 10 mil unidades
Vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini diz que segmentos mais expressivos do setor ainda não se recuperaram. É o caso dos ônibus urbanos e para o transporte rodoviário regular. “Por isso não há boas expectativas para o fechamento do ano”, afirma o executivo. A indústria prevê fechar 2020 com 10 mil unidades produzidas - 52% a menos que em 2019.
A Anfavea já havia informado que a queda na produção só não foi mais abrupta por causa do Programa Federal. De janeiro a agosto, as fabricantes produziram 12.289 ônibus. Esse número representa queda de 36,6% na comparação com igual período de 2019 quando foram feita 19.370 unidades.
Ônibus de fretamento
O fretamento contínuo para empresas também está gerando alguma demanda para as fabricantes de ônibus. Diretor de Vendas e Marketing de Ônibus da Mercedes-Benz, Walter Barbosa disse ao Estradão que o segmento de fretamento foi o apresentou menor queda neste ano.
“Embora represente um volume pequeno, algo em torno de 500 unidades por ano, a movimentação desse segmento ajuda a indústria”, diz Barbosa. Algumas vendas fechadas recentemente evitaram uma retração maior nos volumes da empresa.
É o caso dos 116 ônibus e das 22 vans encomendadas pelo Grupo Comporte. Entre as empresas que fazem parte da holding estão a Trans Sistemas de Transportes e a Viação Piracicabana. Os novos veículos serão utilizados no fretamento contínuo a clientes corporativos.
A compra faz parte dos planos de renovação anual da empresa. E também permitirá à Comporte ganhar novo fôlego para poder atender a demanda por fretamento, que começa a apresentar sinais de crescimento.