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Rodovias brasileiras pioram para níveis de 2017, aponta CNT

Pesquisa CNT 2011 que avaliou 109,1 mil km de rodovias do Brasil sob administração privada constatou que 61,8% apresentam problemas

Décio Costa

06 de dez, 2021 · 5 minutos de leitura.

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Rodovias
O estudo abrangeu 111.502 km de rodovias pavimentadas. E incluiu tanto as malhas federais (BRs) quanto os principais trechos estaduais
Crédito:Divulgação/CNT

As rodovias do Brasil tiveram uma grade queda de qualidade. Pesquisa CNT de Rodovias 2021 revela que 61,8% das rodovias pavimentadas do Brasil têm algum tipo de problema. Dos 109.103 quilômetros avaliados, cerca de 67.400 km receberam classificação regular, ruim e péssimo. Além disso, 91% são estradas não privatizadas. "Com isso, voltamos ao padrão de qualidade de 2017", afirma o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

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Da mesma forma, houve piora nas condições em relação a 2019. Assim, a classificação ótimo e bom caiu de 32,5% há dois anos para 28,2% agora. Já os trechos avaliados como regular, ruim e péssimo aumentaram de 67,5%, em 2019, para 71,8% em 2021. Segundo a CNT, mais 2,7 mil km de rodovias do País foram classificados como inadequados.


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De acordo com Batista, o estudo comprova o efeito negativo da queda de investimentos. Sobretudo do setor público. "Os investimentos em rodovias recuaram em 2021". De acordo com ele, nos últimos dois anos esses recursos representaram apenas 0,09% do PIB.

Investimento em rodovias federais é 57,5% menor

Segundo a pesquisa, de 2016 a 2020 o investimento feito pelas concessionárias foi de R$ 7,16 bilhões. No caso do governo federal, foram R$ 8,90 bilhões. Contudo, embora o investimento estatal tenha sido maior, na prática o cenário é outro. Dessa forma, cada quilômetro concedido recebeu R$ 381 mil em investimentos e cada km gerido pelo governo recebeu R$ 162 mil. Ou seja, foi 57,5% menor.

Com isso, a manutenção e a pavimentação das rodovias do Brasil ficou abaixo do adequado. "Há um gargalo na evolução das rodovias. De 2010 a 2020, somente 225 km receberam pavimentação por ano. Isso é muito pouco", diz o diretor da CNT. Porém, ele não informou qual seria o número mínimo ideal.


Considerando apenas a qualidade do pavimento, houve queda de 6 mil quilômetros classificados como ótimo. Por outro lado, os trechos considerados como ruim e péssimo aumentaram 4 mil km. "Com isso, as rodovias, em geral, não evoluíram nos últimos cinco anos", avalia Batista.

Em rodovias ruins, custo operacional aumenta 30,9%

Como resultado, a queda da qualidade gera alta nos custos de manutenção. Ou seja, tanto da rodovia quanto das operações dos usuários. Isso porque veículos que circulam em rodovias ruins quebram mais e consomem mais combustível. Segundo a CNT, em rodovias ruins o custo operacional do transporte é, em média, 30,9% maior.

Segundo o estudo da CNT, a alta no consumo de combustível gerou prejuízo de R$ 4,21 bilhões aos transportadores de carga em 2021. Além disso, houve aumento do volume de emissões de poluentes. De acordo com a CNT, mais de 2,5 milhões de toneladas de CO2 foram lançadas na atmosfera. Da mesma forma, em estradas inadequadas o risco de acidentes aumenta muito.


Para melhorar as condições de 92,7 mil km com problemas, é preciso investir R$ 82,5 bilhões. Segundo o estudo da CNT. Assim, R$ 62,9 bilhões seriam para recuperar ou restaurar 41,6 mil km de rodovias. E R$ 19,6 bilhões para a manutenção de 51,1 mil km de trechos desgastados.

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