O ano começou bom para o mercado de ônibus, muito em razão do Programa Caminho da Escola, que rendeu aos fabricantes uma produção aquecida no primeiro trimestre. Porém, a necessidade da renovação das frotas municipais puxada pelo ano de eleição colaborou para a retomada da produção. Dessa forma, as marcas apresentaram muitas soluções, com destaque para a descarbonização.
Assim, com a crescente demanda pelos ônibus menos poluentes, os fabricantes, inclusive os mais tradicionais do mercado, apostaram em soluções elétricas. O ano também foi especial para a indústria de ônibus, com a Latbus, maior evento do segmento.
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Em razão disso, os fabricantes investiram em muitas soluções, não apenas no campo da eletrificação. E o Estradão listou as principais novidades apresentadas pelo setor de ônibus no Brasil nesta retrospectiva.
Eletra aposta nos elétricos escolares
Em 2024, a Eletra apresentou dois modelos de ônibus escolares elétricos, apostando nas demandas do Programa Caminho da Escola. Os modelos têm carroceria produzida pela Caio, baterias da WEG e capacidades entre 41 e 52 passageiros.
Dessa forma, a versão para 41 passageiros conta com chassi Volkswagen de 9,6 m, com motores e baterias WEG. Sua autonomia gira entre 120 e 140 km, com recarga em movimento (recarga regenerativa) e ar-condicionado.
Já o modelo para 52 passageiros tem chassi Mercedes-Benz de 11,3 m e motores e baterias WEG. E conta com autonomia entre 110 e 120 km, com recarga em movimento, e ar-condicionado acionado.
Iveco aposta no gás e na eletrificação
O destaque da Iveco neste ano foi o ônibus 17-210 G, a gás ou biometano, modelo com tração 4x2, que conta com motor elétrico. Por isso é destinado às operações com carrocerias de ônibus de 9,6 metros a 12 m. Portanto, com foco na aplicação urbana. Seu motor é o N60 CNG, fornecido pela FPT, de 210 cv de potência e 77,5 mkgf de torque.
Já o chassi elétrico da marca traz motor com potência de 145 kWh, equivalentes a 197 cv, e 107,6 mkgf de torque contínuo. Como o motor é instalado entre os eixos do chassi, há bom espaço para as portas. Por ora, o modelo será submetido a testes de validação antes da estreia comercial que deve ocorrer em 2025.
Mercedes-Benz quer mais passageiros a bordo
Ainda no campo da eletrificação, a Mercedes-Benz ampliou a sua gama de ônibus com a tecnologia. Depois de lançar o eO500U, 2024 foi a vez de ampliar a família com o eO500UA. Ou seja, a versão articulada do veículo. O modelo, com capacidade para cerca de 120 passageiros, chegará até 2026. Todavia, já teve 105 unidades negociadas a empresas da capital paulista.
O eO500UA é um articulado de piso baixo que pode receber carroceria de 18 metros. Assim, diferentemente do eO500U, que tem motor nas rodas, na versão articulada o propulsor elétrico é central. E sua autonomia é de até 250 km entre as recargas.
Scania apresentou seu primeiro ônibus elétrico no País
A Scania em parceria com a Eletra conta há algum tempo com veículos elétricos com o chassi da marca rodando pelas capitais brasileiras. Todavia, foi em 2024 que a marca lançou o modelo desenvolvido e produzido por ela no País.
Trata-se do K 230E B 4x2LB, modelo com autonomia entre 250 a 300 km, dependendo das opções de baterias, variando entre pacotes de quatro ou cinco. Seja como for, o modelo traz potência de 230 kW (equivalente a 310 cavalos). E conta com motor ligado a um câmbio com duas marchas. Sendo oferecido com carrocerias de 12 a 14 metros, com capacidade média para 80 passageiros, na configuração de piso baixo ou normal.
Volkswagen aposta em tecnologia embarcada
O destaque da Volksbus neste ano foi o 22.260 S 6x2, afinal a versão elétrica e-Volksbus já havia sido lançada em 2023. Seja como for, o modelo diesel se destaca pela maior capacidade técnica. Ou seja, recebe encarroçamento de até 15 metros. Dessa forma, pode transportar em média 115 passageiros.
Como novidade, o ônibus é equipado com motor MAN D08, de 260 cv a 2.200 rpm de potência e 97 mkgf de 1.000 a 1.800 rpm de torque. E para atender às demandas do Proconve P8 (Euro 6) conta com o sistema de tratamento de gases SCR.
Todavia, o chassi conta com suspensão pneumática de série. Além disso, mais segurança ativa de série. Como sistema de partida em rampa, controle de estabilidade e de máxima aderência ao solo. Assim como controle de frenagem.
Volvo amplia oferta nos elétricos e aprimora a segurança a bordo
Em 2024 a Volvo lançou dois novos chassis de ônibus elétricos. Além disso, aprimorou os sistemas de segurança ativa. Como novidade, parte desses recursos passa a ser de série nos ônibus rodoviários 6x2 e 8x2.
Assim, uma das principais apostas da marca é o chassi BZR 4x2 elétrico. O modelo tem carrocerias de até 13,5 metros e com capacidade para até 90 passageiros. A autonomia é de 300 km. Esse chassi pode receber um ou dois motores de 272 cv de potência e 43,3 mkgf de torque (200 kW) combinado ao câmbio I-Shift de duas velocidades. Ou seja, o mesmo motor do BLZ, primeiro chassi elétrico da marca.
Outra novidade elétrica é a versão é o BZRT, de 28 metros e capaz de transportar 250 passageiros. O chassi conta com dois motores elétricos de 200 kW cada, totalizando 400kW. Ou seja, o equivalente a 540 cv de potência. Também sendo equipado com uma caixa de câmbio automatizada de duas velocidades, baseada na transmissão Volvo I-Shift.
Mas, a depender da demanda de cada cidade, o BZRT pode ser equipado com 6 ou 8 baterias. O que garante capacidade e autonomia de até 250 km.
Além disso, a Volvo atualizou os sistemas de segurança dos chassis, incluindo os diesel de uso rodoviário. Nesse sentido, a linha conta com controle automático de velocidade à distância.
O dispositivo funciona por meio do mapeamento, via GPS, de áreas mais propensas a acidentes. Ou de regiões perto de terminais, escolas e hospitais. Além de sensores de placas de trânsito, com indicação de avisos no painel, limite de velocidade das vias com alertas ao motorista para manter o ônibus na velocidade adequada. Ademais, os modelos podem receber alerta de ponto cego, que avisa sobre a presença de pedestres, ciclistas, motociclistas ou qualquer obstáculo que possa resultar em colisão.
