A Latbus 2024, que termina nesta quinta-feira (8), em São Paulo, deve movimentar em torno de R$ 3,5 bilhões em novos negócios. Se as projeções se cumprirem, os fabricantes vão comercializar cerca de 3 mil veículos, entre chassis e carrocerias.
Aliás, o mercado de ônibus sinaliza um momento de recuperação. Conforme a Anfavea, que representa os fabricantes, em julho foram emplacadas 2,5 mil unidades. Crescimento de 43,3% em relação ao mês de junho, que encerrou com 1,7 mil ônibus vendidos. Conforme o presidente da Anfavea, Marcio Lima Leite, esse aumento tem relação com as licitações, como, por exemplo, o Programa Caminho da Escola.
Allison leva ônibus escolar Volare com câmbio automático à Latbus
Irizar lança na Latbus ônibus i6S Efficient até 13% mais econômico
Ônibus elétricos serão destaque na Latbus 2024
Publicidade
No entanto, no acumulado de janeiro e julho, a indústria vendeu 11,4 mil ônibus. Assim, apresenta queda de 11,4% em relação ao igual período de 2023, quando 12,8 mil ônibus foram faturados. De toda forma, a Anfavea está otimista de que o setor vai se recuperar neste semestre. Nesse sentido, a Latbus 2024 deve ajudar a indústria a ganhar tração.
Governo retraiu, mas frotistas precisam renovar
Vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Ricardo Alouche, afirma que o mercado de ônibus neste ano está muito bom. "Vejo que há uma reação muito positiva. No entanto, acreditávamos que seria maior por causa do Programa Caminho da Escola com um lote recorde de 13 mil unidades.
"No entanto o programa não está tão aquecido. Parte porque falta recursos do governo em razão de cortes no orçamento. E também porque a estrutura do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mudou. Como resultado, o processo se torna mais moroso. Por fim, é ano de eleição, então desde o dia 1º de julho até a data da eleição, os municípios não podem fazer compras ou eventos para entrega de ônibus".
Para se ter uma ideia, entre 2024 e 2025, a indústria teria de entregar 13 mil ônibus ao Governo Federal. Porém, neste ano não deve passar de 2 mil unidades. Por outro lado, segundo Alouche, a venda de ônibus aos clientes tanto dos segmentos urbanos como rodoviários está indo muito bem. Sobretudo, para renovação de frota. Por causa da pandemia, muitas empresas não cumpriram a data de renovação. Mas agora estão indo às compras.
"Por essa razão, creio que o mercado no segundo semestre será mais aquecido do que a primeira metade do ano. Na Latbus estamos vendo um forte movimento. E pedidos para pronta entrega que eu não tenho. Portanto, devo entregar neste segundo semestre", conta Alouche.
Produção de ônibus
A produção de ônibus também mostra recuperação no acumulado. De janeiro a julho deste ano, as montadoras fabricaram 16,9 mil modelos. Ou seja, crescimento de 47,4% em relação ao igual período no ano passado, que fechou com 11,4 mil. Todavia, houve retração em julho deste ano frente ao mês anterior. Nesse sentido, no mês passado a indústria fabricou 2,2 mil ônibus, ante os 2,6 mil modelos fabricados em junho. Uma queda de 16,8%.
Seja como for, o resultado não muda a projeção da Anfavea para o setor. Ou seja, a entidade projeta crescimento de 30% na produção dos veículos de passageiros neste ano em relação a 2023. Do mesmo modo, crescimento nas vendas na ordem de 10%.
Ranking das marcas de ônibus no acumulado de 2024
- Mercedes-Benz: 7.393 (51,71%)
- Volksbus: 2.864 (20,03%)
- Marcopolo: 1.922 (13,44%)
- Iveco: 1.197(8,37%)
- Scania: 401 (2,80%)
- Volvo: 337 (2,36%)
- Induscar: 96 (0,67%)
- Agrale: 46 (0,32%)
- BYD: 10 (0,07%)
- Hyger: 1 (0,01%)
*Fonte: Fenabrave