O mercado brasileiro de ônibus mostra sinais de reação em 2025, apesar da instabilidade nos pedidos de prefeituras e frotistas. Em outubro, o setor registrou 2.419 unidades, alta de 4,4% frente a setembro (2.317). Contudo, o acumulado de janeiro a outubro somou 23.659 ônibus, apenas 3,9% acima do mesmo período de 2024 (22.770). Ou seja, o segmento cresce, mas ainda enfrenta gargalos de financiamento e ritmo lento nas compras governamentais.
Essa leitura reforça o que o presidente da Anfavea, Igor Calvet disse em entrevista recente. “O Brasil vive um momento de necessidade urgente de renovação do transporte público. E o ônibus se torna protagonista desse processo. Mas, para destravar o mercado, precisamos de políticas permanentes de financiamento e programas robustos de substituição de frota”.
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Todavia, a expectativa da entidade é que 2025 feche com desempenho superior a 2024. Mas sem saltos significativos até que os programas de incentivo a compra avancem com redução de juros para financiamento.
Em razão disso, algumas capitais postergaram licitações ou até revisaram seus contratos. O que limita a renovação e atrasa a introdução de novas tecnologias.

Do mesmo modo, o setor de ônibus rodoviário também renovou menos este ano, sobretudo pelo alto valor de financiamento. Por isso, esse foi o segmento mais prejudicado neste ano.
Mercedes-Benz domina o setor; VWCO e Marcopolo mantêm ritmo forte
Seja como for, o ranking por fabricantes mostra ampla liderança da Mercedes-Benz, que concentra quase metade do mercado. A Volksbus segue firme na segunda posição. Enquanto a Marcopolo ocupa o terceiro lugar.
Venda de ônibus no acumulado (e participação em 2025)
- Mercedes-Benz – 11.618 unidades (49,11%)
- VW Truck & Bus – 4.937 (20,87%)
- Marcopolo – 2.728 (11,53%)
- Iveco – 2.596 (10,97%)
- Scania – 698 (2,95%)
- Volvo – 435 (1,84%)
- Induscar – 225 (0,95%)
- Agrale – 219 (0,93%)
- BYD – 142 (0,60%)
- Higer – 28 (0,12%)
Fonte: Fenabrave