Andrea Ramos, Caxias do Sul

15/06/2023 - 6 minutos de leitura.

Micro-ônibus autônomo é lançado pela gaúcha Marcopolo

Sistemas eletrônicos transformaram o Volare Attack 8 no primeiro micro-ônibus autônomo da América Latina, mas ainda não há informação sobre o início das vendas

Por enquanto, a Marcopolo vai testar o micro-ônibus autônomo em ambiente controlado Crédito: Divulgação: Marcopolo

AMarcopolo acaba de apresentar um Volare Attack 8 com sistema autônomo de direção de nível 4. Ou seja, o micro-ônibus veículo pode rodar sem motorista. Conforme a empresa com sede em Caxias do Sul (RS), a tecnologia é da Lume Robotics. Trata-se de uma startup brasileira da área de mobilidade. O novo sistema será testado em operações reais. Porém, em ambientes controlados.

Ou seja, em locais como áreas de mineração. De acordo com a Marcopolo, empresas estruturadas em hubs e campos universitários também demonstraram interesse. Seja como for, a divisão de siderurgia da Arcelor Mittal testou o micro-ônibus autônomo por cerca de seis meses.

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Conforme o head da empresa, Lincoln Possada de Rezende, o modelo percorreu a rota que ocupa uma área de 13 km². O executivo diz que a companhia também vai testar um caminhão autônomo de nível 4. Fruto de uma parceria entre a Lume Robotics e a Mercedes-Benz, ele deve entrar em operação em 2024.

Embora seja 100% autônomo, micro-ônibus tem volante, pedais e seletor de marcha; Fotos: Marcopolo

A tecnologia do micro-ônibus autônomo Volare Attack 8

Conforme a Marcopolo, o Volare Attack 8 é o primeiro micro-ônibus autônomo da América do Sul. Com capacidade para 21 passageiros, ele recebeu vários sistemas eletrônicos. Há sete sensores em vários locais, por exemplo. Segundo o analista sênior de inovação da Marcopolo Next, divisão de tecnologia da empresa, Eduardo Kakiuchi, esses dispositivos detectam e fazem medições de distância por meio de luz.


Além disso, há câmeras e sistema de navegação GPS. Com isso, é possível "ver" o que ocorre no entorno do veículo. Também há equipamentos que medem a velocidade, funcionamento do câmbio e o nível de combustível, entre outros. Bem como detectam possíveis falhas. Os dados vão para um processador, que, assim, comanda o micro-ônibus autônomo.

Da mesma forma, módulos elétricos e pneumáticos controlam a direção. Assim como freios, acelerador e câmbio. Para isso, a Marcopolo fez vários ajustes. É o caso da adoção de transmissão automática, por exemplo. No mesmo sentido, foi preciso trocar os chicotes elétricos, assim como diversos módulos eletrônicos de controle.

Dois anos de desenvolvimento

O micro-ônibus autônomo da Marcopolo levou cerca de dois anos para ficar pronto. Conforme a empresa, ele pode ser programado para operar na faixa ideal de eficiência. Ou seja, isso reduz o consumo de diesel e, consequentemente, as emissões de poluentes. Além disso, a companhia informa que a nova tecnologia pode ser aplicada a qualquer modelo de sua linha de ônibus.


Vale ressaltar que, também conforme a empresa, o micro-ônibus autônomo tem tecnologia com cerca de 90% de índice de nacionalização. Assim, as exceções são alguns sistemas de hardware e software. Aliás, como são instalados diretamente no veículo, dispensam a necessidade de conexão com redes de internet. Portanto, isso se traduz em melhor nível de segurança.

Por ora, a Marcopolo informa que ainda não há previsão de lançamento comercial. Conforme a empresa, tudo vai depender da demanda. Portanto, o protótipo visa desenvolver a aprimorar o novo sistema. Atualmente, poucos países permitem a circulação de veículos autônomos em vias públicas. E o Brasil ainda nem discute esse assunto. Portanto, o uso do micro-ônibus autônomo deve continuar restrito a locais confinados por muito tempo.

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