O chassi monobloco para ônibus se popularizou no mercado brasileiro com o lançamento, em 1958, do Mercedes-Benz O-321. Há quem diga, inclusive, que foi a marca alemão introduziu esse tipo de configuração de chassi no Brasil.
Mas existem relatos sobre o desenvolvimento de um chassi monobloco feito no País pela GM em 1946. Esse produto, contudo, não era destinado ao mercado interno. Todas as unidades feitas na fábrica de São Caetano do Sul (SP) eram exportadas.
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O fato é que o chassi de estrutura única da Mercedes-Benz revolucionou o mercado brasileiro. A boa dirigibilidade e a menor tara eram seus principais destaques. Os frotistas elogiavam as opções de distância entre os eixos. Havia quatro versões, com 4,18 metros, 5,55 m, 9,23 m e 10,6 m.
A robustez do chassi monobloco
O mais utilizado era o com 9,23 m. Essa configuração permitia instalar carroceria para transportar 28 passageiros sentados. Com o chassi com entre-eixos de 10,6 m, por sua vez, era possível instalar 36 assentos. Com isso, a Mercedes-Benz podia atender clientes de vários segmentos.
O chassi de estrutura unificada logo ganhou fama entre os frotistas. Graças também à sua robustez, outra característica muito elogiada pelos clientes da Mercedes-Benz.
Até 1961, o Brasil importava mais ônibus do que exportava. Nesse ano, essa relação mudou graças ao O-321. Apenas no primeiro ano de exportações, foram enviadas 380 unidades apenas para o mercado argentino.
Até 1970 foram vendidas 8.470 unidades
Na primeira versão, o motor Mercedes-Benz instalado na traseira era batizado de OM 321. O seis-cilindros em linha tinha potência de 120 cv. O câmbio manual tinha quatro velocidades na versão para uso urbano e seis na opção rodoviária.
Entre as evoluções implementadas ao longo do tempo, o motor foi ficando mais potente. A primeira mudança inclui um propulsor de 130 cv e, em seguida, de 200 cv.
O OM 321 de chassi monobloco tinha freio auxiliar a ar comprimido. A suspensão dianteira tinha molas helicoidais e traseira contava com feixe de mola trapezoidal. O resultado era mais conforto aos passageiros.
Por causa desses diferenciais, o modelo, que foi produzido no Brasil até 1970, teve 8.470 vendidas. Desse total, 3.507 eram do tipo urbano e 4.963 eram rodoviários.
Mesmo com as evoluções introduzidas ao longo do tempo, a configuração de monobloco integral e motor na traseiro foram mantidas por quasse 40 anos.